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terça-feira, 10 de novembro de 2015

Os atribulados mares orientais: ilhas artificiais, rusgas históricas e exercícios temerários

Uma das principais características de um Estado que pleiteia ser uma potência mundial é a projeção de sua força militar, em todas as suas potenciais dimensões de combate, em todos os possíveis cenários de embate. Há um constante exercício de demonstração de capacidades militares, por vezes correlacionado a posteriores esforços diplomáticos para acalmar a erupção das tensões acumuladas. 

Para fazer uma longa história resumida: há crescente tensão entre os Estados Unidos da América e China, pela hegemonia militar daquela que pode ser a rota comercial mais rentável da história da humanidade: os mares orientais do sul da China. 

O portal Janes, consagrado por excelentes análises, destaca há tempos os avanços chineses na construção de infraestruturas artificiais em arquipélagos nos mares do sul da China que estão sob litígio internacional.




Na última semana a incursão do destroyer americano USS Lassen nas proximidades de uma das ilhas artificiais despertou a ira dos chineses, expressa nas palavras do embaixador chinês junto aos Estados Unidos da América, Cui Tiankai, conforme matéria da CNN:

"...It is a very absurd and even hypocritical position to ask others not to militarize the region while one's self is sending military vessels there so frequently..."

A resposta não tardou. O secretário de defesa norte americano Ash Carter declarou sobre o tema em um painel do Senado Americano:

"...We will fly, sail and operate wherever international law permits and whenever our operational needs require..."

O portal Janes ainda indicou um fato novo na cadeia de eventos que elevam a tensão militar no local - o envio de uma força anfíbia especializada da marinha americana:

"...The US Navy's (USN's) Essex Amphibious Ready Group (ARG) has arrived in the service's 7th Fleet area of responsibility, the service confirmed to IHS Jane's on 3 November.

The group, which includes the Wasp-class amphibious assault ship USS Essex (LHD 2), the San Antonio-class amphibious transport dock USS Anchorage (LPD 23) and the Whidbey Island-class amphibious dock landing ship USS Rushmore (LSD 47), crossed the international dateline on 1 November, said Lieutenant Dave Levy, a public affairs officer with the USN's Expeditionary Strike Group Seven (ESG 7).

Embarked with the ARG is the 15th Marine Expeditionary Unit (MEU), which includes the Marine Medium Tiltrotor Squadron (VMM) 161 (Reinforced).

The arrival of Essex ARG in the 7th Fleet AOR follows a 27 October freedom of navigation (FON) operation by USN destroyer USS Lassen (DDG 82), which sailed within 12 n miles of what China views to be its territorial waters in the Spratly Islands. Beijing responded by saying that the US operation "threatens China's sovereignty and security interests, jeopardises the safety of personnel and facilities [on the] reefs, and damages regional peace and stability"..."

A Reuters afirmou que no episódio da incursão do USS Lassen as forças americanas foram espelhadas por navios e aeronaves militares chinesas, sendo inclusive alertadas em conformidade com as leis internacionais. A marinha americana afirma por sua vez ter respeitado as leis internacionais na incursão. 

A projeção das forças militares americanas no oriente é comumente relacionada ao apoio americano a Coréia do Sul e ao Japão, onde são constantes os exercícios militares conjuntos que simulam eventuais conflitos com a Coréia do Norte, que por sua vez goza do apoio do regime comunista chinês. Barack Obama deverá visitar a Ásia em breve.

Várias nações clamam os territórios de ilhas que se espalham pelo mar do sul da China, por sua importância estratégica, em especial como entrepostos militares. Dentre tais nações destacam-se o Vietnam e as Filipinas. A histórica controvérsia relativa a Taiwan também emerge quando se trata da soberania chinesa ultramarina.

Decerto trata-se de um dos cenários que merecem atenção internacional, pela possibilidade de escalonamento de uma crise entre duas superpotências, embora seja improvável que o evento cause um conflito armado.

Fontes:

http://edition.cnn.com/2015/10/27/asia/us-china-south-china-sea/

http://www.reuters.com/article/2015/10/28/us-southchinasea-usa-idUSKCN0SK2AC20151028#avixrq1ystGbyqt4.97

http://www.nytimes.com/interactive/2015/07/30/world/asia/what-china-has-been-building-in-the-south-china-sea.html?_r=0

http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2015/11/04/presidentes-de-taiwan-e-china-se-reunirao-pela-primeira-vez-desde-1949/

http://www.janes.com/article/55709/essex-amphibious-group-arrives-in-pacific-as-usn-reiterates-rights-to-south-china-sea-access?utm_campaign=%5bPMP%5d_PC5308_J360%204.11.15_KV_Deployment&utm_medium=email&utm_source=Eloqua

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