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domingo, 29 de novembro de 2015

Reações russas após bombardeiro SU-24M da VKS ser abatido pela Turquia

Há uma frase clássica que costuma vez ou outra se repetir para quem se dedica intelectualmente a polemologia e as relações internacionais em geral: "faltou combinar com os russos".

Potencialmente, a Turquia há de se arrepender de não ter alcançado um panorama exequível de tolerância as operações aéreas russas na Síria - o dia 24/11/2015 não será comemorado no futuro da Turquia.

SU-24M -  Oleg Peshkov (morto em ação) e Konstantin Murahtin (resgatado) integravam a tripulação abatida.

Abater uma aeronave de guerra de uma superpotência em ordem de batalha não é, definitivamente, uma conduta razoável, ainda mais se há dúvida se houve ou não violação do espaço aéreo turco. Pelo que se pode saber, a operação russa em questão evidentemente não iluminava nenhum alvo turco, e considerando a hipótese de ter eventualmente invadido o espaço aéreo de soberania turca, não se destinava propositalmente a tal finalidade.

É fato incontroverso, entretanto, que já houveram incursões aéreas da VKS no espaço aéreo turco, que foram admoestadas publicamente por Erdogan e seus pares. Em tais eventos, após demonstrar certa contrariedade/resistência, a Rússia apresentou desculpas públicas, justificando-os por questões climáticas na região da base de Latakia, que fica a aproximadamente a 30km da fronteira sírio-turca. A Turquia é estado membro da OTAN e se opôs a presença russa na Síria.

Ainda mais incontroversa é a premente necessidade internacional de não escalar tensões no multipolarizado e fragmentário cenário de guerra na Síria. Após os últimos eventos de terrorismo sob o patrocínio do Daesh, a crise entre a Rússia e a Turquia não poderia ocorrer em pior momento.

O presidente russo Vladimir Putin promoveu um duro discurso contra a ação turca:

"...Turkey backstabbed Russia by downing the Russian warplane and acted as accomplices of the terrorists [...] The plane was hit by a Turkish warplane as it was travelling 1 km away from the Turkish border [...] The plane posed no threat to Turkish national security, he stressed.

Putin said the plane was targeting terrorist targets in the Latakia province of Syria, many of whom came from Russia. Russia noticed of the flow of oil from Syrian territory under the control of terrorists to Turkey [...] Apparently, IS now not only receives revenue from the smuggling of oil, but also has the protection of a nation’s military, Putin said. This may explain why the terrorist group is so bold in taking acts of terrorism across the world..."


A OTAN demonstrou apoio formal a integridade do território turco - e embora não condene publicamente demonstra preocupações quanto a ação orquestrada pela Força Aérea Turca. O porta-voz da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos da América no cenário de batalha sírio, Steve Warren, declarou a Reuters:

"...Despite Turkey being a NATO member, the US military spokesman said the downing of the Russian warplane is an issue to be settled between Ankara and Moscow. "This is an incident between the Russian and the Turkish governments. It is not an issue that involves the [US-led coalition operations]. Our combat operations against ISIL (IS, ISIS) continue as planned and we are striking in both Iraq and Syria..."


A resposta militar russa não tardou. Foi anunciado que todos os bombardeios da VKS contaram com escolta de caças, o que não ocorreu na missão do SU-24M particularmente atingida. Segundo matéria do portal Janes.com, a Rússia despachou para apoiar as operações aéreas na Síria baterias do avançado sistema antíaéreo S-400, além do cruzador Movska, que navegará na costa síria próximo a base aérea de Latakia:

"...The S-400 is Russia's most modern long-range SAM system, capable of destroying air-breathing threats at ranges of up to 400 km and ballistic missile targets at shorter ranges. Meanwhile Moskva is armed with a navalised version of the S-300 SAM - the S-300F Fort (SA-N-6 'Grumble') - which has a range of 150 km. Shoigu said the SAM system and the Moskva would be "ready to destroy any air target posing a potential threat to our aircraft..."

S-400 surface-to-air missile - SAM

Muito além das duras palavras e do consistente reforço militar, Putin também impôs medidas econômicas contra a Turquia, além de recrudescer questões diplomáticas relativas a concessão de vistos e alertas genéricos ao turismo.

Conforme o politizado portal russo Sputnik, em discurso no sábado, Recep Tayyip Erdogan teria se desculpado pela ação que culminou no abate da aeronave russa:

"...Este incidente nos incomoda muito. Eu realmente espero que isso não aconteça de novo. Vamos discutir esta questão e encontrar uma solução. Na segunda-feira, Paris será o anfitrião da cimeira do clima internacional, isso poderia ser uma oportunidade para restaurar as nossas relações com a Rússia..."


Matéria replicada pelo Jornal do Brasil retrata as reações de autoridades do Kremlin, dentre as quais as palavras do chanceler russo Serguei Lavrov, de que a Rússia não pretende retaliar militarmente a Turquia, mas realizar a reavaliação de todas as iniciativas bilaterais entre os países.

A crise protagonizada pela Turquia contrasta com a postura de Israel sobre a missão militar russa na Síria. Logo no início das operações militares, houve um protocolo militar conjunto de mais alto nível entre a Rússia e Israel, quando em 22/09/2015 destacamos na postagem então realizada:  

"...na esteira dos fatos, exsurge nas últimas horas a notícia de que Israel e Rússia coordenarão esforços para militares na Síria, com o intuito de evitar confrontos desnecessários..."

Desde então, conforme muito bem ilustra o excelente blog Cavok, houve incursões aéreas da VKS no espaço aéreo de Israel. Dentro de um determinado protocolo conjunto, não houveram incidentes graves.

Cada vez mais o teatro de operações na Síria se assemelha aos paradoxos dos conflitos secundários da Guerra Fria, em sua nova e soturna versão, fermentada pelos bárbaros fatores de desequilíbrio que se impõe com a existência do Daesh.

Fontes:

http://soldadodosilencio.blogspot.com.br/2015/09/dos-movimentos-russos-no-oriente-medio.html

http://www.janes.com/article/56252/russia-responds-to-turkish-su-24-shootdown

http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2015/11/25/chanceler-russo-descarta-guerra-com-turquia/

http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2015/11/25/nyt-putin-considera-se-apunhalado-pelas-costas-apos-queda-do-aviao-pela-turquia/

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/11/24/internacional/1448377206_491380.html

https://www.rt.com/news/323240-russia-turkey-warplane-downed/

http://br.sputniknews.com/mundo/20151128/2909602/presidente-turco-pede-desculpa-a-russia.html

http://www.cavok.com.br/blog/russos-invadiram-o-espaco-aereo-de-israel/

Silêncio... Literatura de Inteligência #1!

sábado, 28 de novembro de 2015

Uma singela novidade!

Quem já acompanha o blog já sabe que atualmente há dois tipos de postagens recorrentes: a comédia de segunda-feira e o rock da sexta! 


"Alguns livros são injustamente esquecidos; nenhum livro é injustamente lembrado." - Wystan Hugh Auden

Pois bem. Preparei para amanhã uma novidade que pretendo manter como padrão para todos os domingos!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Risco iminente: A porosidade dos controles e fronteiras da América Latina


Eminentemente preditiva por natureza, na atividade de inteligência é imprescindível analisar riscos com fito a mitigar ameaças. Desconheço quem diga o contrário.

 Tríplice fronteira: tem gente que acha que o Brasil só tem uma...

Análise de riscos constitui uma importante ferramenta para a mitigação de ameaças e obviamente não é uma ciência exata em nenhuma esfera de atividade do ser humano. Riscos, ainda que minimizados pelos múltiplos fatores incidentes em sua análise ponderada, não devem ser ignorados pelos decisores. 

Mormente por questões culturais, não há uma cultura difundida de contigência e mitigação de ameaças baseadas em metodologias de análise de risco no Brasil, embora haja um incremento nos últimos anos nas ciências relacionadas a administração para a adoção de tais boas práticas. Pois bem. Se na iniciativa privada, marcada pelo dinamismo da sobrevivência mercadológica ainda não temos uma cultura de análise e mitigação de riscos estabelecida em sólidos alicerces, quiçá na burocrática (viés pejorativo) e por vezes esquizofrênica Administração Pública...

Eis o ataque assertivo ao ponto crítico: há um risco iminente, óbvio e diário em nosso subcontinente, que não se limita as questões que asseveramos em recente postagem sobre o "governo de conto de fadas" que vivenciamos - trata-se da porosidade dos controles e fronteiras da América Latina, agravada pela parca/inexistente atuação conjunta dos potenciais controles de segurança e inteligência entre as nações.

Os princípios que fundamentam a presente análise estão postos diante dos olhos de todos. As questões geográficas e biológicas não demandam sequer explicação, basta a mera lembrança: há fronteiras extensas e despovoadas, em biomas com condições severas (selvas tropicais, desertos de altitude, planícies alagadas, pampas patagônicos...). Questões políticas entre as nações sulamericanas não contribuem sobremaneira: multiplicam-se conflitos ideológicos, e há ainda episódios de conflitos territoriais (v.g.: Essequibo), além da incompetência, corrupção e complacência amplamente disseminadas em estruturas institucionais (quando existem).

Diante de tais premissas ao argumento central, resta patente que não se trata de casuísmo - mas é ainda necessário descer a concretude de alguns casos recentes. Brevíssimo emprego de fontes abertas demonstrará o plano geral a pertinência da análise ora conduzida, em sucinta lista:
  1. A Reuters destaca o tráfico de seres humanos (no caso concreto, Sírios em busca de refúgio) em uma rota que perpassa praticamente  toda a América Latina e o Caribe (Brasil inclusive!). Aparentemente, foram detidos por acaso: faltou um registro de vacina de febre amarela.
  2. O portal Terra informa que uma das suspeitas de perpetrar atentados na França passeou recentemente pelas terras sulamericanas, inclusive causando problemas. Sim, passou impune e livremente pelo paraíso tupiniquim.
  3. O El Deber boliviano e o G1 afirmam que três australianos tentaram ingressar em voo da Gol Linhas Aéreas com explosivos em sua bagagem de mão. A origem do voo era Santa Cruz de la Sierra, enquanto o destino era o aeroporto de Guarulhos/SP. O controle que detectou o fato ocorreu no aeroporto de Viru-Viru. Fosse despachada a bagagem, o que presume-se ter ocorrido no atentado contra o avião russo na península do Sinai, restaria improvável sua detecção.

Não defendo sobremaneira que se cerrem as fronteiras transnacionais como alguns ousam propalar em seus fundamentalismos. Vozes nesse sentido exsurgiram na Comunidade Européia chocada com os atentados recentes que se perpetuam. Proibir é diferente de controlar. É imprescindível controlar adequadamente, com interações efetivas de segurança e inteligência, os fluxos fronteiriços.

Enquanto o mundo reconhece essa necessidade e os riscos, bem pautados pela matéria do The Japan Times em nosso caso particular, o governo brasileiro sanciona lei para dispensar controles prévios constituídos historicamente que, decerto, poderiam auxiliar a execução de políticas de segurança e inteligência. Ressalte-se que não foram ainda devidamente especificadas as nações privilegiadas pela benesse. Em nossa "exótica" política externa, presumo que não serão sequer nações que dispensam tratamento recíproco aos brasileiros.

Situações especiais exigem medidas especiais. E potencialmente, as análises de risco devem ser submetidas a uma revisão extraordinária em tais circunstâncias.

Fontes:

http://soldadodosilencio.blogspot.com/2015/11/brasil-governo-do-conto-de-fadas-versus.html

http://www.reuters.com/article/2015/11/20/us-france-shooting-usa-idUSKCN0T820420151120

http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/suspeita-de-participar-de-atentados-em-paris-esteve-no-brasil-diz-equador,4235d36db2352ef2c22fdf7bf5b2fdfa9s5frw2d.html

http://www.eldeber.com.bo/santacruz/detienen-australianos-dinamita-viru-viru.html


http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/11/australianos-sao-impedidos-na-bolivia-de-viajar-com-dinamite-para-o-brasil.html

http://www.japantimes.co.jp/news/2015/11/20/world/paris-attacks-heighten-security-fears-2016-rio-olympics/#.VlIA024vnMx 

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/olimpiadas/rio2016/noticia/2015/11/dilma-sanciona-lei-que-permite-isentar-visto-de-estrangeiros-nas-olimpiadas.html

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Governo da Venezuela considera vulgar espionagem da PDVSA

Matérias do Pravda, Sputnik, Yahoo! e The Intercept afirmam categoricamente: Nicolás Maduro considerou vulgar a espionagem denunciada da PDVSA, estatal venezuelana de petróleo, por órgãos de Inteligência norte americanos. Maduro teria exigido aos Estados Unidos da América que identifique os espiões responsáveis por adquirir as informações.

Sem comentários... desculpe por deixar seu dia pior com esta imagem.

Nossa, o Eduard Snowden deve estar comemorando muito os "grandes frutos" das denúncias dele. Após a expressão de revolta de Dilma e o Maduro em circunstâncias similares com suas respectivas companhias petrolíferas, conhecidas como empresas incorruptíveis e seríssimas, o Obama deve estar com muito, muito medo... Com certeza ele vai suspender todas as atividades de Inteligência que visem adquirir dados negados de outros países.

Ma vá...

Particularmente, considero vulgar o povo venezuelano ser governado há tanto tempo por alguém como Nicolás Maduro e seu falecido antecessor, com quem o primeiro afirma ainda manter contato através de singelos pássaros.

Fazer o dever de casa, nenhum desgoverno populista barato tem feito.

Fontes:

http://port.pravda.ru/busines/21-11-2015/39843-documento_snowden-0/

http://br.sputniknews.com/mundo/20151119/2813782/EUA-espionaram-Venezuela.html

https://br.noticias.yahoo.com/venezuela-exige-eua-revele-identidade-espi%C3%B5es-pdvsa-231034874.html

https://theintercept.com/2015/11/20/venezuelan-president-calls-nsa-spying-on-state-oil-company-vulgar-orders-official-inquiry/

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

@Soldadosilencio - Um Soldado do Silêncio no Twitter!

Pois bem, parece contraditório, eu sei...


Mas trata-se de mais um canal para uma eventual interação com o universo digital, e por tal motivo merece ser explorado com parcimônia. 

Então, está aí mais uma novidade: @Soldadosilencio, é a conta oficial do blog no Twitter!

A comédia de segunda-feira... Cérebro de terrorista

Para os que pensaram que eles não tinham nada na cabeça...

Fonte: 


domingo, 22 de novembro de 2015

Ex-espião Jonathan Pollard é libertado após 30 anos

A liberdade do ex-espião Jonathan Pollard é destaque de matérias do G1 e do Diário de Notícias de Portugal. Após o cumprimento de 30 anos de prisão de uma sentença perpétua, o que lhe tornou elegível a liberdade, o ex-espião israelense foi libertado pelo governo norte-americano.

 
Jonathan Pollard é considerado um herói em Israel

Pollard cumpria sentença por espionagem contra os Estados Unidos da América por ter repassado segredos ao estado de Israel - tal sentença sempre foi um dos pontos de tensão política entre os governos, especialmente em função da consistente aliança estratégica existente entre as nações.

Um relevante artigo da Wikipedia relata a biografia de Pollard e suas atividades de Inteligência, especificando como supostamente ocorreu seu recrutamento pelo Mossad, que a princípio desconfiava de tratar-se de um agente duplo.

O Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu congratulou Pollard pela sua libertação em declarações oficiais:

"...O povo de Israel saúda a libertação de Jonathan Pollard [...] Após três longas e duras décadas, Jonathan está finalmente de volta com sua família..." 

Aparentemente não há interações entre a libertação de Pollard e os últimos eventos que interferem nas relações internacionais com a tendência de reaproximação e ações conjuntas entre as grandes potências mundiais.

Fontes:

https://en.wikipedia.org/wiki/Jonathan_Pollard

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/11/espiao-israelense-jonathan-pollard-e-libertado-de-prisao-nos-eua-diz-policia.html

http://www.dn.pt/mundo/interior/estados-unidos-libertam-jonathan-pollard-heroi-em-israel-4894189.html

Muito Obrigado! Thank you! Gracias! Danke! Grazie...

Pelo menos nesse ranking o Brasil lidera com folga!

sábado, 21 de novembro de 2015

Brasil: Governo do conto de fadas versus terrorismo (ou como estamos pseudo-preparados...)

A despeito dos inúmeros alertas de especialistas que se dedicam diariamente a polemologia, ao estudos das relações internacionais e do fenômeno do terrorismo, a incrível capacidade técnica multidisciplinar da atual presidente da República garante: o Brasil está longe do foco do terrorismo.

Levanta a mão quem tem um histórico duvidoso e não sabe do que estamos falando!

Matéria do portal 24/7 apresenta os argumentos de Rousseff, que supostamente detém um "histórico" para tratar do tema:

"...A presidente Dilma Rousseff disse não estar muito preocupada com a possibilidade de atos terroristas no Brasil, apesar do potencial que as Olímpiadas 2016 representam para este tipo de ação por parte de grupos extremistas. "Estamos muito longe [do epicentro dos atentados mais recentes]", disse, citando os ataques registrados em outubro em Ancara e os da sexta-feira (13), em Paris.

Apesar da afirmação, a presidente Dilma reconheceu que o Brasil "não está completamente protegido", sendo necessário que o Congresso Nacional acelere a votação da lei anti-terrorismo que se encontra em tramitação. Dilma, que está Europa participando de uma reunião da cúpula do G20, destacou que o terrorismo está muito concentrado na Europa, inclusive por suas redes e seus fornecedores (de armas e explosivos)
..."

A equipe formada pela chefe do executivo concorda em gênero, número e grau com a avaliação de sua líder. É o que revela matéria do G1, citando as palavras de José Eduardo Cardozo:

"...Nós permanecemos na mesma atuação que tivemos. Nós tivemos contato com os órgãos de inteligência internacional e posso afirmar a vocês que o Brasil está plenamente preparado para um excelente padrão de segurança nessas olimpíadas", disse o ministro.“O Brasil não tem muitos casos [de terrorismo], mas isso não afasta a importância de acompanhar toda a situação mundial e de tomarmos todas as medidas necessárias", continuou.

Cardozo citou como como exemplo de segurança em grandes eventos as ações do ano passado, durante a Copa do Mundo. Para ele, a segurança na Copa foi muito bem avaliada e o Brasil vai repetir o êxito nos jogos do Rio no ano que vem.

“Recordo que tivemos já para a Copa do Mundo todo um trabalho de interação com as polícias internacionais no desenvolvimento de uma matriz de responsabilidade no nosso país que agregou não só as forças do Ministério da Justiça, mas também do Ministério da Defesa, na perspectiva de termos um trabalho sempre na área de inteligência e na execução de medidas de segurança com relação a questão do terrorismo. Essa mesma matriz se repetirá agora nas Olimpíadas e nós permanecemos na mesma atuação", afirmou o ministro..."

No Rio de Janeiro, uma das cidades mais violentas do mundo, que não consegue investigar os autores dos homicídios que ali ocorrem e nem pagar para enterrar oficialmente os policiais que morrem em serviço, o discurso oficialóide da equipe de especialistas em contraterrorismo é o mesmo. Eis o destaque da fala de José Mariano Beltrame ao Sportv: 

"...O terrorismo sempre foi, desde o primeiro evento, a preocupação número um. A gente sempre se trabalhou com essa possibilidade. Até podemos achar que o Brasil não tem história com esses terroristas, mas sempre trabalhamos com essa possibilidade. Existe toda uma estrutura preparada para isso. Posso dizer que nós hoje estamos prontos - garantiu o secretário..."

Há uma coleção imensa de estudiosos sérios que discordam de tantas avaliações estúpidas e infundadas. A Olimpíada terá como sede uma das cidades mais violentas do mundo, onde impera a corrupção e o despreparo, e há inúmeros exemplos do amadorismo do governo federal e estadual no tratamento de temas muito menos complexos que a ameaça terrorista internacional.

Uma das únicas instituições que detém mínima confiabilidade para se expressar com propriedade sobre os riscos que despontam em brevíssimo prazo é o Exército Brasileiro, assim como a Força Aérea e a Marinha. Entretantos, todos estão sucateados pela incompetência e o descaso de uma série histórica de  ministros amadores, despreparados, corruptos e mal intencionados, que refletem com perfeição as vicissitudes do atual governo federal e seus antecessores. 

A ABIN também foi terrivelmente mal tratada e subjugada por intenções escusas da péssima administração federal, convivendo diariamente com o câncer da politização que assola os órgãos de Inteligência. Não detém quadro de recursos humanos suficiente. Não detém meios legais para atuar adequadamente. Não detém recursos orçamentários para fazer o mínimo.

Vivemos sob o comando de um governo de conto de fadas, que já se provou pseudo-preparado em qualquer uma das ciências que lhe for exigido atuar. Clamo aos que discordam e eventualmente leiam esse texto que provem o contrário, sem malabarismos socialóides expúrios, pedaladas fiscais e contabilidades/estatísticas criativas.

A única esperança dos brasileiros é contar com a sorte, com o Deus "brasileiro"... obviamente, teremos o sacrifício diário de nossos profissionais de segurança e inteligência - e a ajuda competente de órgãos de inteligência de outras nações que tratam com profissionalismo as ameaças reais que a histórica demonstra iminentes.

Não se trata de pessimismo ou alarmismo. Se trata de competências e preparo.

Fontes:

http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/205455/Dilma-diz-que-Brasil-est%C3%A1-longe-do-foco-do-terrorismo.htm

http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/11/cardozo-diz-que-brasil-esta-preparado-para-excelente-seguranca-na-olimpiada.html

http://sportv.globo.com/site/programas/rio-2016/noticia/2015/11/secretario-garante-que-rio-esta-pronto-contra-terrorismo-nos-jogos-olimpicos.html

http://olimpiadas.uol.com.br/noticias/2015/11/19/brasil-nao-esta-preparado-para-evitar-ataque-na-rio-16-dizem-especialistas.htm

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Atentado terrorista assola Paris

Terrível atentado terrorista nesta sexta-feira (13/11/2015) assolou a capital da França, vitimando pelo menos 308 pessoas, com 128 fatalidades- suposições preliminares informam que a autoria da barbárie é atribuída a grupos vinculados ao ISIS.


Pelo menos oito terroristas com motivações fundamentalistas islâmicas detonaram bombas e dispararam armas automáticas contra alvos civis em Paris em pelo menos sete locais centrais da cidade luz, incluindo o Stade de France, onde ocorria amistoso entre a França e a Alemanha com a presença do presidente francês François Hollande, que em pronunciamento a nação decretou estado de emergência e fechou as fronteiras francesas.

É possível interpretar que as ações foram orquestradas e apresentaram alto grau de organização em relação a proporção do número de atores hostis, o que maximizou o número de vítimas e dificultou a atividade reativa das forças francesas. Todas as informações são preliminares, baseadas em fontes abertas e na cobertura inicial da CNN e do Corriere della Sera, e demandam confirmações posteriores.

Atenção à nação. Nos eventos que pretendemos executar durante a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, esse é o tipo de ação que se poderia prever, diante do apelo midiático. Münich é um exemplo histórico. Permaneceremos incautos e crentes na teoria do Deus brasileiro? Já não basta ser o homízio típico de terroristas consagrados mundialmente?

Fontes:



Rock da Sexta: Cachorro Grande - Lunático

Ahhh, vocês pensaram que eu ia ignorar a excelência de grandes bandas nacionais ao tocar o bom e velho rock?? Jamais! Então escutem ao Cachorro Grande tocando "Lunático", música geralmente associada a contrainteligência...


Rock n' Roll!!! (Inclusive nacional!!!)

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Exército Brasileiro sofre ataque hacker

Matéria do G1 e do portal Tecmundo informa que hackers invadiram servidores do Exército Brasileiro no início desta semana, expondo dados pessoais e senhas de parte dos ativos humanos da instituição mais respeitada do Brasil:

"...O Centro de Comunicação Social do Exército confirma a ocorrência do incidente e informa que o assunto está sendo tratado pelo Centro de Coordenação para Tratamento de Incidentes de Rede do Exército. Informa ainda que o incidente não comprometeu os sistemas estratégicos de defesa..." 


A motivação declarada pelos invasores seriam eventuais "trapaças" em competições de segurança digital com a participação de hackers e outros especialistas em segurança de múltiplas instituições, organizadas em ambiente controlado. As "trapaças" teriam sido imputadas aos participantes militares do CDCiber/EB, que vem acumulando vitórias seguidas, despertando polêmicas na comunidade hacker.

Considerando verdadeira tal motivação, classificá-la como infantil e criminosa é pouco diante do ataque a uma instituição que cuida da segurança nacional, com a consequente exposição de sistemas e vidas de militares a múltiplos riscos. Se fossem patriotas interessados na evolução desta nação, os responsáveis pela invasão poderiam contribuir diretamente com o CDCiber para mitigar as falhas. 

Mas essa é minha visão romântica de mundo - alguém que ainda acredita que o Brasil pode ser melhor se os brasileiros se dedicarem a formação de uma sociedade, ao invés do atual aglomerado vil de egoístas marchando ao comando da lei de Gérson perante um governo socialóide que nos tornamos.

De todo modo, ignorando a utopia da responsabilidade social dos hackers, seja qual for a motivação dos invasores a exposição de falhas na estrutura de segurança do EB é gravíssima e merece toda a atenção para seu adequado tratamento e solução. 

Infelizmente, o Governo Federal vem sistematicamente sonegando recursos à evolução dos projetos prioritários do conjunto das forças armadas. E neste caso não se trata sequer de um fruto da incompetência administrativa que tomou conta da gestão federal durante os últimos governos de viés esquerdista.

Se as falhas de segurança ora exploradas são ou não imputáveis  aos absurdos da gestão político-orçamentária brasileira não se pode afirmar no momento. Com certeza a má gestão toma sua parte na rubrica de fatores contribuintes. Caberá ao comitê de crise que se instalou mitigá-las em brevíssimo tempo. 

Queira Deus que os responsáveis respondam adequadamente pelos seus atos, na forma da lei, na medida de suas eventuais participações. E já ouvi dizer de fontes não confirmadas que Deus é brasileiro, apesar do Papa ser argentino...

Fontes:


Os atribulados mares orientais: ilhas artificiais, rusgas históricas e exercícios temerários

Uma das principais características de um Estado que pleiteia ser uma potência mundial é a projeção de sua força militar, em todas as suas potenciais dimensões de combate, em todos os possíveis cenários de embate. Há um constante exercício de demonstração de capacidades militares, por vezes correlacionado a posteriores esforços diplomáticos para acalmar a erupção das tensões acumuladas. 

Para fazer uma longa história resumida: há crescente tensão entre os Estados Unidos da América e China, pela hegemonia militar daquela que pode ser a rota comercial mais rentável da história da humanidade: os mares orientais do sul da China. 

O portal Janes, consagrado por excelentes análises, destaca há tempos os avanços chineses na construção de infraestruturas artificiais em arquipélagos nos mares do sul da China que estão sob litígio internacional.




Na última semana a incursão do destroyer americano USS Lassen nas proximidades de uma das ilhas artificiais despertou a ira dos chineses, expressa nas palavras do embaixador chinês junto aos Estados Unidos da América, Cui Tiankai, conforme matéria da CNN:

"...It is a very absurd and even hypocritical position to ask others not to militarize the region while one's self is sending military vessels there so frequently..."

A resposta não tardou. O secretário de defesa norte americano Ash Carter declarou sobre o tema em um painel do Senado Americano:

"...We will fly, sail and operate wherever international law permits and whenever our operational needs require..."

O portal Janes ainda indicou um fato novo na cadeia de eventos que elevam a tensão militar no local - o envio de uma força anfíbia especializada da marinha americana:

"...The US Navy's (USN's) Essex Amphibious Ready Group (ARG) has arrived in the service's 7th Fleet area of responsibility, the service confirmed to IHS Jane's on 3 November.

The group, which includes the Wasp-class amphibious assault ship USS Essex (LHD 2), the San Antonio-class amphibious transport dock USS Anchorage (LPD 23) and the Whidbey Island-class amphibious dock landing ship USS Rushmore (LSD 47), crossed the international dateline on 1 November, said Lieutenant Dave Levy, a public affairs officer with the USN's Expeditionary Strike Group Seven (ESG 7).

Embarked with the ARG is the 15th Marine Expeditionary Unit (MEU), which includes the Marine Medium Tiltrotor Squadron (VMM) 161 (Reinforced).

The arrival of Essex ARG in the 7th Fleet AOR follows a 27 October freedom of navigation (FON) operation by USN destroyer USS Lassen (DDG 82), which sailed within 12 n miles of what China views to be its territorial waters in the Spratly Islands. Beijing responded by saying that the US operation "threatens China's sovereignty and security interests, jeopardises the safety of personnel and facilities [on the] reefs, and damages regional peace and stability"..."

A Reuters afirmou que no episódio da incursão do USS Lassen as forças americanas foram espelhadas por navios e aeronaves militares chinesas, sendo inclusive alertadas em conformidade com as leis internacionais. A marinha americana afirma por sua vez ter respeitado as leis internacionais na incursão. 

A projeção das forças militares americanas no oriente é comumente relacionada ao apoio americano a Coréia do Sul e ao Japão, onde são constantes os exercícios militares conjuntos que simulam eventuais conflitos com a Coréia do Norte, que por sua vez goza do apoio do regime comunista chinês. Barack Obama deverá visitar a Ásia em breve.

Várias nações clamam os territórios de ilhas que se espalham pelo mar do sul da China, por sua importância estratégica, em especial como entrepostos militares. Dentre tais nações destacam-se o Vietnam e as Filipinas. A histórica controvérsia relativa a Taiwan também emerge quando se trata da soberania chinesa ultramarina.

Decerto trata-se de um dos cenários que merecem atenção internacional, pela possibilidade de escalonamento de uma crise entre duas superpotências, embora seja improvável que o evento cause um conflito armado.

Fontes:

http://edition.cnn.com/2015/10/27/asia/us-china-south-china-sea/

http://www.reuters.com/article/2015/10/28/us-southchinasea-usa-idUSKCN0SK2AC20151028#avixrq1ystGbyqt4.97

http://www.nytimes.com/interactive/2015/07/30/world/asia/what-china-has-been-building-in-the-south-china-sea.html?_r=0

http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2015/11/04/presidentes-de-taiwan-e-china-se-reunirao-pela-primeira-vez-desde-1949/

http://www.janes.com/article/55709/essex-amphibious-group-arrives-in-pacific-as-usn-reiterates-rights-to-south-china-sea-access?utm_campaign=%5bPMP%5d_PC5308_J360%204.11.15_KV_Deployment&utm_medium=email&utm_source=Eloqua

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Terroristas ameaçam Argentina

No final de outubro a Direção Geral de Inteligência Criminal do Ministério da Segurança da Argentina emitiu um alerta sobre a possibilidade de atentados terroristas contra dois shoppings argentinos.


A origem do alerta seriam representações diplomáticas argentinas. Os supostos autores da ameaça seriam vinculados ao grupo terrorista Ansar Dine, com atuação no Mali, que de acordo com algumas versões detém ligações com a Al Qaeda (enquanto outros lhe imputam conexões com o ISIS).

A despeito do histórico de terrorismo em território argentino, não é muito normal tal tipo de informação ser veiculada em largo espectro na mídia. A eventual motivação específica de atingir centros comerciais na Argentina por um grupo fundamentalista islâmico com baixa atividade fora de suas origens no Mali também não resta evidente. Entretanto, jamais deve-se menosprezar a errática aquisição de alvos "infiéis" por grupos terroristas fundamentalistas.

Supostamente, a presidente Kirchner já havia declarado que o país sofrera ameaças do ISIS. Essa é a mesma distinta senhora extinguiu a SIDE argentina, que respondia pela Inteligência de Estado, a lá Collor em '90. A extinção da SIDE ocorreu na esteira do deprimente espetáculo mórbido que teve seu auge no suspeito falecimento do promotor Nisman, atribuído em certa medida ao persona non grata de Cristina, "Jaime" Stiuso, ex-chefe da inteligência hermana. Curiosamente, tudo ocorre quando há eleições na Argentina, que salvo melhor juízo, pela primeira vez na história terão segundo turno. 

Não é que eu não confie em você, Cristina. É que eu não confio em ninguém! O lado bom da história é que as ameaças não se confirmaram até o presente momento.

Fontes:

http://www.clarin.com/politica/Exclusivo-emiten-alerta-amenazas-terrorista_0_1458454335.html

https://twitter.com/moreira_enzo/status/660114086164897792/photo/1?ref_src=twsrc%5Etfw

http://boainformacao.com.br/2015/10/31/argentina-confirma-ameaca-de-bombas/

http://www.telesurtv.net/news/Alertan-sobre-posibles-atentados-terroristas-en-Argentina-20151031-0011.html

http://www.infobae.com/2015/10/30/1766140-ansar-dine-el-grupo-terrorista-mali-que-se-unio-al-estado-islamico


Você conhece a Hakluyt & Co.?

O que faz um recurso humano altamente treinado e experiente em modernas doutrinas de Inteligência e Contrainteligência ao se aposentar de suas honradas funções públicas? O que sabe fazer de melhor, desde que queira permanecer ativo profissionalmente. Tal realidade não difere para aqueles que se aposentam no MI6.


A Hakluyt é uma empresa britânica privada de Inteligência, envolta em atmosfera de confidencialidade, discrição e elitismo em seus serviços, que supostamente foi fundada e tem em seus quadros grande número de ex-agentes do MI6. 

As prementes necessidades dos altos ciclos corporativos demandam a Atividade de Inteligência tanto quanto as nações; porém, é dispendioso e quiçá impraticável a determinadas empresas manterem ativos especializados no nível adequado aos seus objetivos. Se há demanda por inteligência e um mercado limitadíssimo efetivamente apto a oferecer tais serviços, o valor agregado é extremamente atrativo - e movimenta grandes fortunas. Esse é o contexto de negócio da Hakluyt e outras empresas privadas relacionadas a inteligência.

Recente matéria do The Guardian afirma que Sir Iain Lobban, ex-chefe do GCHQ britânico, se associou em serviços da Hakluyt após seu desligamento:

"...From time to time, Shell has drawn on the services of Hakluyt, the Mayfair-based intelligence company. Separately from his work with Shell, Lobban will sit on the advisory board of Hakluyt’s holding company, the Holdingham Group, alongside senior business figures including the former chairmen of Rolls-Royce, GlaxoSmithKline and Unilever.

Lobban joins a succession of former spies and diplomats who have become associated with Hakluyt since it was formed nearly 20 years ago. It draws on a network of associates around the world who provide regional and local information, making the company popular among its blue-chip clients.

Hakluyt staff include numerous former senior government advisers, and in recent years the company has met and dined with top civil servants including the cabinet secretary, Jeremy Heywood, and David Cameron’s national security adviser, Kim Darroch, who stepped down in September. A spokesman for Hakluyt, which declined the Guardian’s request for an interview, said the company does not talk to the press. Lobban declined to comment when approached by the Guardian..."

Apesar da típica aversão ao marketing e a mídia, alguns episódios apresentam supostas interações com elementos da Hakluyt. A plataforma ativista Sourcewatch.org indica ações relacionadas a espionagem no Greenpeace, além de prestações de serviços a Enron e a Shell. Historicamente, há uma polêmica que supostamente vinculada aos serviços da Hakluyt, envolvendo a morte de um cidadão britânico na China em circunstâncias suspeitas, de nome Heywood. Matéria do Standart afirma a suposta ligação de Heywood com interesses de então eminentes políticos chineses e seus eventuais serviços a Hakluyt.

Talvez a Hakluyt & Co. conheça você. A única razão para tanto é o quão valoroso você pode ser aos interesses de algum de seus clientes espalhados pelo mundo. Afinal, todos somos alvos da Atividade de Inteligência, seja no âmbito das nações ou não - o que varia é a escala de atribuição de importância entre os alvos, e obviamente, o custo benefício da informação/ação que se pretenda executar.

Fontes:

https://wikispooks.com/wiki/Hakluyt

http://www.standard.co.uk/news/london/mi6-a-death-in-china-and-the-very-secretive-mayfair-company-full-of-spooks-7603151.html

http://www.sourcewatch.org/index.php/Hakluyt_%26_Company_Limited

http://www.theguardian.com/uk-news/2015/nov/05/former-head-gchq-sir-iain-lobban-adviser-shell-hakluyt

Rock da Sexta: Pink Floyd - Wish you were here

Mais um clássico eterno. Já abusei de ouvir e não canso jamais: Pink Floyd, em fantástica interpretação de Wish you were here.


Rock n' Roll!!!

domingo, 1 de novembro de 2015

Atualizações da "Nova Guerra Fria": propaganda enganosa, receios submarinos e a Síria pelos infantes

É notório que as tensões entre Estados Unidos da América e Rússia continuam a se intensificar na medida que o conflito na Síria e os jogos de guerra centrados no leste europeu baseados na guerra civil Ucraniana evoluem.


Uma "Nova Guerra Fria"? 

Particularmente, sou partidário da corrente de pensamento que considera que a Guerra Fria nunca tenha efetivamente arrefecido ao ponto dos focos de calor terem se extinto. Mas a taxonomia da história se reflete na polemologia e costuma fragmentar a cadeia de eventos em marcos, e decerto o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas é um ponto de curva considerável no diagrama histórico.

A politizada agência Sputnik alardeou as palavras do porta voz da Casa Branca Josh Earnest, que teria declarado que não há uma "Nova Guerra Fria" utilizando um argumento no mínimo tosco:

"...O porta-voz oficial da Casa Branca, Josh Earnest, declarou que o assunto de uma suposta Guerra Fria entre Rússia e EUA não está em pauta no momento porque a Rússia não representa mais uma superpotência, como o era na época da União Soviética.

"Não há dúvidas de que nós temos sérias divergências, principalmente sobre Ucrânia e Síria. Mas a Guerra Fria foi caracterizada pela confrontação entre duas superpotências. Agora, a situação é outra. A Rússia não é mais uma superpotência" – disse Earnest..."

Eu entendo que o papel do porta voz não costuma habilitá-lo ao livre exercício de um raciocínio histórico - mas enveredar para a propaganda enganosa não será producente. É inegável que a Rússia constitui uma superpotência mundial.

Os crescentes sinais de dissonância não se limitam a expansão das esferas de influência ou a discursos tendenciosos. Recente matéria do The New York Times revela um dos temores da inteligência americana: a possibilidade de um ataque submarino russo aos sistemas de cabos de comunicação que atravessam os oceanos.

Supostamente tais receios submarinos são fruto de operações de reconhecimento de belonaves nucleares da Rússia nas proximidades de sistemas críticos dos cabos de comunicação oceânicos. O potencial de um ataque que segmentasse os cabos é extremamente relevante, e decerto figuram em rol de alvos de alto valor a comunicação internacional no ocidente. 

Adquirir alvos que constituem infraestruturas críticas em eventual conflito é papel da inteligência militar de uma superpotência. Josh Earnest potencialmente dispõe de meios para alcançar esse entendimento - mas como asseveramos, não é pago para falar o que pensa. 

No teatro sírio, a recente implementação de forças especiais norte americanas em terra para combater o ISIS não é meramente protocolar, e também merece entrar no rol dos sintomas estudados. E mais uma vez, não é mera propaganda. Conhecer as atitudes de um potencial inimigo, "espelhando" suas operações em um cenário comum é uma relevante estratégia para evoluir doutrinas de combate no intuito de gerar o diferencial que possa alavancar vitórias.

Os argumentos ingênuos só servem as propagandas de ambos os lados do conflito. Quando se trata de estratégia militar que fundamenta a defesa nacional contra todos os potenciais cenários ameaçadores, nenhuma superpotência mundial fingirá boiar na superfície ignorando a abissal profundidade do mar belicista.

Fontes:

http://br.sputniknews.com/mundo/20151030/2605389/washington-nega-volta-guerra-fria-explica-porque.html

http://www.nytimes.com/2015/10/26/world/europe/russian-presence-near-undersea-cables-concerns-us.html?mwrsm=Email&_r=4

http://www.independent.co.uk/life-style/gadgets-and-tech/news/us-intelligence-fears-russia-could-crash-internet-by-cutting-subsea-cables-a6708651.html

http://noticias.r7.com/brasil/forcas-especiais-na-siria-nao-implicam-entrada-dos-eua-na-guerra-civil-diz-kerry-31102015


A maior catástrofe aérea russa

A queda do Airbus A321  russo da companhia Kogalymavia na península do Sinai no Egito é a maior tragédia aérea da história da Rússia. A fatalidade assolou 217 passageiros e 7 tripulantes, conforme informações da agência Sputnik.


Como em todo acidente aeronáutico, amplas são as possibilidades do que pode ter ocorrido, e a devida investigação dos fatos culminará em uma explicação adequada para a tragédia.

Relatos não confirmados indicam que a amplitude do sítio dos destroços indica que a aeronave se desintegrou no ar, o que de forma meramente precária e não conclusiva poderia ser compatível com um ataque terrorista. Matéria replicada no portal Terra afirma citando fontes oficiais russas que fotos de satélite apresentam um sítio de destroços com mais de 16 quilômetros quadrados de extensão.

A priori a possibilidade de terrorismo não pode ser descartada - assim como todas as outras possibilidades. A teoria terrorista emerge imediatamente de um fato: a motivação para uma eventual ação do gênero por parte de grupos bárbaros como o ISIS é real e significativamente aumentada após a intervenção russa na Síria. As ameaças nesse sentido tem sido constantes, e nas últimas semanas foram indicadas em postagens neste blog.

O terrorismo internacional sempre apostou em atos ilícitos contra sistemas aeronáuticos, em virtude do impacto mundial de tais alvos e infraestruturas críticas. Inúmeros são os exemplos trágicos de tal estratégia na história moderna. De fato, uma facção do ISIS atuante no Egito reivindicou ter causado a queda do avião - o que pode ser puro oportunismo propagandístico diante do advento da tragédia.

Análises prematuras tendem a fracassar em suas conclusões. A guarda dos serviços de contrainteligência russos já está alta há tempos, se é que em algum momento da história esteve baixa. Condolências as famílias das vítimas de mais uma terrível tragédia aeronáutica.

Fontes:

http://soldadodosilencio.blogspot.com.br/2015/10/terroristas-lancam-obuses-contra.html

http://soldadodosilencio.blogspot.com/2015/10/fsb-impede-dois-atentados-terroristas.html

http://br.sputniknews.com/mundo/20151101/2615479/moscou-cairo-investigam-catastrofe-aerea-russa.html

http://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/fotos-tiradas-do-espaco-facilitam-buscas-no-local-de-queda-de-aviao-no-egito,78c67bad814b82b0bb65d700e5061a9bbz1fmqbc.html