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terça-feira, 22 de março de 2016

Bruxelas sofre duro impacto terrorista do Daesh

Na manhã de hoje Bruxelas foi o alvo escolhido para mais um atentado terrorista do Daesh. A barbárie do terrorismo fundamentalista continua fazendo vítimas em nome de uma bizarra interpretação do Alcorão.

Imagens dos supostos terroristas em ação no Aeroporto Zaventem.

Foram registrados ataques focalizados nas infraestruturas críticas de transporte público: o aeroporto internacional e o sistema metroviário. As informações preliminares processam pelo menos 34 mortos e quase duas centenas de feridos.

Aparentemente os ataques no Aeroporto de Zaventem foram perpetrados por três terroristas ligados ao Daesh. Dois seriam suicidas, e há buscas no momento pelo terceiro elemento. Não há informações acuradas sobre quantos terroristas teriam participado no ataque ao sistema metroviário.

Quase que diariamente há notícias de novos atentados terroristas sendo perpetrados, entretanto os alvos ocidentais são efetivamente os que mais repercutem na grande mídia. No caso de Bruxelas, charmosa cidade belga que respira o Direito Internacional e é sede da OTAN, não poderia ser diferente.

Sobreleva notar dois aspectos recentes da luta contra o Daesh potencialmente relacionáveis aos fatos de hoje: em primeiro lugar, a prisão em Bruxelas na última semana do foragido terrorista do massacre parisiense, Salah Abdeslam; e em segundo lugar o vazamento da suposta lista de contatos do Daesh que teria sido revelada por um dissidente do grupo.

Em 10/03/2016, tratamos neste blog sobre o que denominei de "ISIS Leak". Ali advertia:

"Se a suposta lista for real, há muito trabalho a ser feito, e deve ser feito rapidamente. De outra forma, se me permitirem uma brevíssima análise preliminar de tendências, vislumbrando a impossibilidade de proteger seus ativos suicidas, é presumível que um elevado número de ativações precoces de ataques do Daesh ocorra em curto prazo. Eis um risco que país algum pode se admitir." 

Espero estar errado, posto que as constantes críticas da mídia especializada (por vezes injustas) aos serviços de Inteligência se revelariam razoáveis se os perpetradores dos atentados de hoje estivessem relacionados na missiva interceptada.

Fato é que a Bélgica está em alerta total contra o terrorismo fundamentalista desde os atentados de Paris. Trata-se de uma nação preparada, equilibrada e desenvolvida. É muitas vezes menor do que o Brasil em extensão territorial, e sua é população bem menor. O nível de cidadania é muitas vezes superior. Bruxelas é uma cidade organizada e moderna. Não havia um grande evento internacional iminente. E ocorreu o que presenciamos hoje.

Por aqui, sequer se consegue aprovar a execução de um concurso público para preencher cargos na ABIN...

Fontes:

http://soldadodosilencio.blogspot.com/2016/03/desertor-do-isis-vaza-lista-com-22000.html

http://edition.cnn.com/2016/03/22/europe/brussels-explosions/index.html

http://noticias.terra.com.br/mundo/explosoes-em-bruxelas-deixam-pelo-menos-13-mortos-e-35-feridos-no-aeroporto,4c29896d2e1704060b5b7812fa90130ecjlxmqj0.html

http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/03/atentados-em-bruxelas-expoem-vulnerabilidade-da-europa-terrorismo.html

quinta-feira, 10 de março de 2016

Desertor do ISIS vaza lista com 22.000 nomes/contatos de terroristas

Como podemos chamar isso? ISIS Leak!

Matéria do Pravda.ru e do portal Terra, replicando a mídia internacional indicam que o vazamento de uma lista com 22.000 nomes e contatos de terroristas do ISIS, entregue por um desiludido desertor que se tornou descrente na causa do fatídico califado. Seria um "sonho de consumo" dos serviços secretos envolvidos na luta contraterrorista, que potencialmente verificam nesse instante a veracidade dos dados. 

Imagem da suposta lista apresentada pelo desertor do Daesh

Obviamente, existe a possibilidade de ser mais um subterfúgio de contrainteligência, uma aplicação prática de técnicas de desinformação, uma cortina de fumaça do Daesh, com o objetivo de ganhar tempo, confundir e desviar esforços das Agências de Inteligência.

Se a suposta lista for real, há muito trabalho a ser feito, e deve ser feito rapidamente. 

De outra forma, se me permitirem uma brevíssima análise preliminar de tendências, vislumbrando a impossibilidade de proteger seus ativos suicidas, é presumível que um elevado número de ativações precoces de ataques do Daesh ocorra em curto prazo. Eis um risco que país algum pode se admitir.

Aparentemente, houve uma acentuada queda no poderio e na influência territorial do Daesh. Tomara Deus (e porquê não Allah?) que tal fato seja real e constitua um duro revés as frequentes barbáries do terrorismo internacional fundamentalista. 

Fontes:

http://www.pravdareport.com/news/world/asia/syria/10-03-2016/133767-intelligence-0/

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/03/jihadista-decepcionado-entrega-lista-com-nomes-de-22000-membros-do-ei.html

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A vida e morte de Khasiev: um agente russo infiltrado no Daesh

Magomed Khasiev (a.k.a. Yevgeny Yudin). - decapitado pelo Daesh em um dos últimos vídeos da maldita barbárie incontida promovida pelos fundamentalistas via Internet.

 Cenas dos piores capítulos da humanidade.

Este é o nome que instituiu uma polêmica na atuação do serviço secreto russo no cenário do combate contra o Daesh na Síria e no Iraque. Mas antes de discorrer sobre a vida e a morte de Khasiev, é mister uma breve introdução a temática, em homenagem aos novos leitores.

Ainda em Agosto de 2015, muito antes do atual status da campanha russa na Síria contra o Daesh, publicamos texto sob o título "Jihadistas para exportação - ou como o FSB tem enviado fundamentalistas chechenos para preencher as fileiras do ISIS". Baseado em informações de fontes abertas que bebiam da fonte do jornalismo investigativo de Elena Milashina, a publicação em questão destaca uma estratégia ardilosa do serviço secreto russo: incentivar os fundamentalistas chechenos ao êxodo mortal que engrossava as fileiras do Daesh.

Aqui faço breve pausa em ode à bravura de Elena Milashina.

Poucos tem a coragem de discordar crucialmente do pensamento dominante da Rússia vivendo lá. Não julgo nenhum sistema político/econômico/social perfeito, mas o direito de se levantar contra o sistema é necessário, quando este se revela injusto. Como já dissemos anteriormente, alguns corajosos padeceram ao tocar os mesmos sinos que Milashina ora retine poderosamente.

O raciocínio decorrente do estratagema adotado pelo FSB era um tanto óbvio, embora caótico e mal (cruel). Se você pode enviar seu inimigo ideologicamente motivado e perigoso para um mortífero exílio voluntário em um cenário de guerra, excluindo um pária agitador de seu estado federado separatista, você está se livrando de um problema.

Ainda não havia a intervenção militar russa na Síria quando tratamos do tema, o que decerto adiciona alguns graus de perversão ao contexto macabro que se deslinda: fundamentalistas chechenos (russos, de acordo com a federação) sendo enviados a guerra na Síria pelos meios do FSB, onde são posteriormente bombardeados pelo estado da arte da tecnologia militar russa.

Aparentemente o recrutamento de Khasiev pelo FSB seguiu a mesma lógica, com um final ligeiramente diferente.

Matérias do Daily Mail e do portal Catholic.org destacam a vida do agente morto em ação. Khasiev se tornou órfão aos nove anos de idade, sendo adotado por parentes chechenos. Aos 10 anos, se convertou ao islã. Estudou Direito. Em 2014, foi indiciado em uma investigação por posse de drogas e relações com traficantes. Supostamente Khasiev teria confessado em uma gravação ter feito um acordo com o FSB para evitar a persecução penal.

O jornalista russo Anton Naumlyuk relatou ao Daily Mail sobre Khasiev:

"...Anton Naumlyuk, a journalist from Radio Svoboda, said: 'In summer 2014 (he) was caught by FSB people having drugs on him. Khasiev was sent to ISIS via Turkey. From there he was in touch with the FSB and passed information about those who were intended to go to Syria - and who had already got there [...] The last time he passed information about a student of a medical college.'..."
 
 
Há também uma transcrição em inglês das últimas palavras de Khasiev antes de sua decapitação: 
 
"...During all this time I contacted FSB of Russia five times and passed information about six brothers. And when I contacted FSB the last time, I passed information about brother who studied in a medical institute.
 
During the last contact, Shamil [the fixer] told me to wait. And I understood that I had to wait for further instructions.But I couldn't w ait or pass information any further because I was caught and completely exposed by officials of the security service of the caliphate..."

Evidentemente é possível que a vida e morte de Khasiev sejam também um fruto da propaganda do Daesh, no intuito de desmoralizar o FSB. A antítese é possível, entretanto improvável diante do que se sabe historicamente sobre o desenvolvimento das ações do serviço secreto russo. Lietvinenko que o diga.

O portal russo Tass informa o ponto de vista do líder checheno Ramzan Kadyrov. Em resumo, é culpa da CIA e Khasiev não era um agente do FSB:

"...Magomed Khasiev’s murder is a propaganda campaign of the Satanic gang and its patrons from among the Western intelligence agencies. We have no grounds for saying that that he was an intelligence officer. There is every likelihood that he was lured into IS ranks by deceit," Kadyrov wrote on his social network page.

"Upon arrival, having seen the true face of bandits, he could - either privately or in a telephone conversation - to express his opinion about them. Probably, that was what cost Magomed his life. We may say with some degree of confidence that the CIA’s hand was at work here," the Chechen leader said..."

 
Várias foram as oportunidades em que me recordo de um dogma clássico da polemologia: a primeira vítima na guerra é a verdade. A verdade real sobre a biografia de Khasiev já está perdida na polêmica da nova guerra fria.

Eis uma verdade inquestionável, intocada pela guerra: em suas bárbaras campanhas midiáticas, o Daesh continua a chocar a civilização, promovendo uma odiosa retrospectiva das cenas dos piores capítulos da humanidade.

Fontes:

http://soldadodosilencio.blogspot.com/2015/08/jihadistas-para-exportacao-ou-como-o.html

https://www.catholic.org/news/international/asia/story.php?id=65711

http://www.mirror.co.uk/news/world-news/new-jihadi-john-isis-release-6943049

http://www.dailymail.co.uk/news/article-3344214/The-Russian-spy-beheaded-countryman-orphan-recruited-secret-service-caught-drugs.html

http://tass.ru/en/politics/841646

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Yossi Cohen, o novo Memuneh do Mossad

Após várias especulações nos últimos meses, o primeiro ministro de Israel Benjamim Netanyahu finalmente nomeou Yossi Cohen como o novo diretor do Mossad, em substituição de Tamir Pardo, prevista para Janeiro de 2016.

Yossi Cohen, o novo Memuneh do Mossad

Yossi Cohen será o décimo segundo diretor do Mossad. Ele detém mais de 30 anos de experiência em uma ampla variedade de funções no serviço secreto israelense. The Jerusalem Post destacou a fala de Netanyahu na ocasião da nomeação de Cohen:

"...The head of the Mossad, Netanyahu said, “must have the ability to lead the organization with daring, wisdom and professionalism.” [...] “Yossi Cohen has much experience and many achievements, and proven ability in a wide range of Mossad activities. He has leadership abilities and professional understanding, which are necessary for the person to lead the organization..."

Um rápido panorama da situação no oriente médio indica que o desafio de Cohen será gigantesco. A seu favor, ele comandará aquele que é considerado o melhor (ou mais eficiente) serviço de inteligência do mundo.

Fonte:

http://www.jpost.com/Israel-News/Prime-Minister-holds-surprise-Press-Conference-to-nominate-new-head-of-Mossad-436584

domingo, 29 de novembro de 2015

Reações russas após bombardeiro SU-24M da VKS ser abatido pela Turquia

Há uma frase clássica que costuma vez ou outra se repetir para quem se dedica intelectualmente a polemologia e as relações internacionais em geral: "faltou combinar com os russos".

Potencialmente, a Turquia há de se arrepender de não ter alcançado um panorama exequível de tolerância as operações aéreas russas na Síria - o dia 24/11/2015 não será comemorado no futuro da Turquia.

SU-24M -  Oleg Peshkov (morto em ação) e Konstantin Murahtin (resgatado) integravam a tripulação abatida.

Abater uma aeronave de guerra de uma superpotência em ordem de batalha não é, definitivamente, uma conduta razoável, ainda mais se há dúvida se houve ou não violação do espaço aéreo turco. Pelo que se pode saber, a operação russa em questão evidentemente não iluminava nenhum alvo turco, e considerando a hipótese de ter eventualmente invadido o espaço aéreo de soberania turca, não se destinava propositalmente a tal finalidade.

É fato incontroverso, entretanto, que já houveram incursões aéreas da VKS no espaço aéreo turco, que foram admoestadas publicamente por Erdogan e seus pares. Em tais eventos, após demonstrar certa contrariedade/resistência, a Rússia apresentou desculpas públicas, justificando-os por questões climáticas na região da base de Latakia, que fica a aproximadamente a 30km da fronteira sírio-turca. A Turquia é estado membro da OTAN e se opôs a presença russa na Síria.

Ainda mais incontroversa é a premente necessidade internacional de não escalar tensões no multipolarizado e fragmentário cenário de guerra na Síria. Após os últimos eventos de terrorismo sob o patrocínio do Daesh, a crise entre a Rússia e a Turquia não poderia ocorrer em pior momento.

O presidente russo Vladimir Putin promoveu um duro discurso contra a ação turca:

"...Turkey backstabbed Russia by downing the Russian warplane and acted as accomplices of the terrorists [...] The plane was hit by a Turkish warplane as it was travelling 1 km away from the Turkish border [...] The plane posed no threat to Turkish national security, he stressed.

Putin said the plane was targeting terrorist targets in the Latakia province of Syria, many of whom came from Russia. Russia noticed of the flow of oil from Syrian territory under the control of terrorists to Turkey [...] Apparently, IS now not only receives revenue from the smuggling of oil, but also has the protection of a nation’s military, Putin said. This may explain why the terrorist group is so bold in taking acts of terrorism across the world..."


A OTAN demonstrou apoio formal a integridade do território turco - e embora não condene publicamente demonstra preocupações quanto a ação orquestrada pela Força Aérea Turca. O porta-voz da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos da América no cenário de batalha sírio, Steve Warren, declarou a Reuters:

"...Despite Turkey being a NATO member, the US military spokesman said the downing of the Russian warplane is an issue to be settled between Ankara and Moscow. "This is an incident between the Russian and the Turkish governments. It is not an issue that involves the [US-led coalition operations]. Our combat operations against ISIL (IS, ISIS) continue as planned and we are striking in both Iraq and Syria..."


A resposta militar russa não tardou. Foi anunciado que todos os bombardeios da VKS contaram com escolta de caças, o que não ocorreu na missão do SU-24M particularmente atingida. Segundo matéria do portal Janes.com, a Rússia despachou para apoiar as operações aéreas na Síria baterias do avançado sistema antíaéreo S-400, além do cruzador Movska, que navegará na costa síria próximo a base aérea de Latakia:

"...The S-400 is Russia's most modern long-range SAM system, capable of destroying air-breathing threats at ranges of up to 400 km and ballistic missile targets at shorter ranges. Meanwhile Moskva is armed with a navalised version of the S-300 SAM - the S-300F Fort (SA-N-6 'Grumble') - which has a range of 150 km. Shoigu said the SAM system and the Moskva would be "ready to destroy any air target posing a potential threat to our aircraft..."

S-400 surface-to-air missile - SAM

Muito além das duras palavras e do consistente reforço militar, Putin também impôs medidas econômicas contra a Turquia, além de recrudescer questões diplomáticas relativas a concessão de vistos e alertas genéricos ao turismo.

Conforme o politizado portal russo Sputnik, em discurso no sábado, Recep Tayyip Erdogan teria se desculpado pela ação que culminou no abate da aeronave russa:

"...Este incidente nos incomoda muito. Eu realmente espero que isso não aconteça de novo. Vamos discutir esta questão e encontrar uma solução. Na segunda-feira, Paris será o anfitrião da cimeira do clima internacional, isso poderia ser uma oportunidade para restaurar as nossas relações com a Rússia..."


Matéria replicada pelo Jornal do Brasil retrata as reações de autoridades do Kremlin, dentre as quais as palavras do chanceler russo Serguei Lavrov, de que a Rússia não pretende retaliar militarmente a Turquia, mas realizar a reavaliação de todas as iniciativas bilaterais entre os países.

A crise protagonizada pela Turquia contrasta com a postura de Israel sobre a missão militar russa na Síria. Logo no início das operações militares, houve um protocolo militar conjunto de mais alto nível entre a Rússia e Israel, quando em 22/09/2015 destacamos na postagem então realizada:  

"...na esteira dos fatos, exsurge nas últimas horas a notícia de que Israel e Rússia coordenarão esforços para militares na Síria, com o intuito de evitar confrontos desnecessários..."

Desde então, conforme muito bem ilustra o excelente blog Cavok, houve incursões aéreas da VKS no espaço aéreo de Israel. Dentro de um determinado protocolo conjunto, não houveram incidentes graves.

Cada vez mais o teatro de operações na Síria se assemelha aos paradoxos dos conflitos secundários da Guerra Fria, em sua nova e soturna versão, fermentada pelos bárbaros fatores de desequilíbrio que se impõe com a existência do Daesh.

Fontes:

http://soldadodosilencio.blogspot.com.br/2015/09/dos-movimentos-russos-no-oriente-medio.html

http://www.janes.com/article/56252/russia-responds-to-turkish-su-24-shootdown

http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2015/11/25/chanceler-russo-descarta-guerra-com-turquia/

http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2015/11/25/nyt-putin-considera-se-apunhalado-pelas-costas-apos-queda-do-aviao-pela-turquia/

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/11/24/internacional/1448377206_491380.html

https://www.rt.com/news/323240-russia-turkey-warplane-downed/

http://br.sputniknews.com/mundo/20151128/2909602/presidente-turco-pede-desculpa-a-russia.html

http://www.cavok.com.br/blog/russos-invadiram-o-espaco-aereo-de-israel/

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Governo da Venezuela considera vulgar espionagem da PDVSA

Matérias do Pravda, Sputnik, Yahoo! e The Intercept afirmam categoricamente: Nicolás Maduro considerou vulgar a espionagem denunciada da PDVSA, estatal venezuelana de petróleo, por órgãos de Inteligência norte americanos. Maduro teria exigido aos Estados Unidos da América que identifique os espiões responsáveis por adquirir as informações.

Sem comentários... desculpe por deixar seu dia pior com esta imagem.

Nossa, o Eduard Snowden deve estar comemorando muito os "grandes frutos" das denúncias dele. Após a expressão de revolta de Dilma e o Maduro em circunstâncias similares com suas respectivas companhias petrolíferas, conhecidas como empresas incorruptíveis e seríssimas, o Obama deve estar com muito, muito medo... Com certeza ele vai suspender todas as atividades de Inteligência que visem adquirir dados negados de outros países.

Ma vá...

Particularmente, considero vulgar o povo venezuelano ser governado há tanto tempo por alguém como Nicolás Maduro e seu falecido antecessor, com quem o primeiro afirma ainda manter contato através de singelos pássaros.

Fazer o dever de casa, nenhum desgoverno populista barato tem feito.

Fontes:

http://port.pravda.ru/busines/21-11-2015/39843-documento_snowden-0/

http://br.sputniknews.com/mundo/20151119/2813782/EUA-espionaram-Venezuela.html

https://br.noticias.yahoo.com/venezuela-exige-eua-revele-identidade-espi%C3%B5es-pdvsa-231034874.html

https://theintercept.com/2015/11/20/venezuelan-president-calls-nsa-spying-on-state-oil-company-vulgar-orders-official-inquiry/

domingo, 22 de novembro de 2015

Ex-espião Jonathan Pollard é libertado após 30 anos

A liberdade do ex-espião Jonathan Pollard é destaque de matérias do G1 e do Diário de Notícias de Portugal. Após o cumprimento de 30 anos de prisão de uma sentença perpétua, o que lhe tornou elegível a liberdade, o ex-espião israelense foi libertado pelo governo norte-americano.

 
Jonathan Pollard é considerado um herói em Israel

Pollard cumpria sentença por espionagem contra os Estados Unidos da América por ter repassado segredos ao estado de Israel - tal sentença sempre foi um dos pontos de tensão política entre os governos, especialmente em função da consistente aliança estratégica existente entre as nações.

Um relevante artigo da Wikipedia relata a biografia de Pollard e suas atividades de Inteligência, especificando como supostamente ocorreu seu recrutamento pelo Mossad, que a princípio desconfiava de tratar-se de um agente duplo.

O Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu congratulou Pollard pela sua libertação em declarações oficiais:

"...O povo de Israel saúda a libertação de Jonathan Pollard [...] Após três longas e duras décadas, Jonathan está finalmente de volta com sua família..." 

Aparentemente não há interações entre a libertação de Pollard e os últimos eventos que interferem nas relações internacionais com a tendência de reaproximação e ações conjuntas entre as grandes potências mundiais.

Fontes:

https://en.wikipedia.org/wiki/Jonathan_Pollard

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/11/espiao-israelense-jonathan-pollard-e-libertado-de-prisao-nos-eua-diz-policia.html

http://www.dn.pt/mundo/interior/estados-unidos-libertam-jonathan-pollard-heroi-em-israel-4894189.html

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Atentado terrorista assola Paris

Terrível atentado terrorista nesta sexta-feira (13/11/2015) assolou a capital da França, vitimando pelo menos 308 pessoas, com 128 fatalidades- suposições preliminares informam que a autoria da barbárie é atribuída a grupos vinculados ao ISIS.


Pelo menos oito terroristas com motivações fundamentalistas islâmicas detonaram bombas e dispararam armas automáticas contra alvos civis em Paris em pelo menos sete locais centrais da cidade luz, incluindo o Stade de France, onde ocorria amistoso entre a França e a Alemanha com a presença do presidente francês François Hollande, que em pronunciamento a nação decretou estado de emergência e fechou as fronteiras francesas.

É possível interpretar que as ações foram orquestradas e apresentaram alto grau de organização em relação a proporção do número de atores hostis, o que maximizou o número de vítimas e dificultou a atividade reativa das forças francesas. Todas as informações são preliminares, baseadas em fontes abertas e na cobertura inicial da CNN e do Corriere della Sera, e demandam confirmações posteriores.

Atenção à nação. Nos eventos que pretendemos executar durante a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, esse é o tipo de ação que se poderia prever, diante do apelo midiático. Münich é um exemplo histórico. Permaneceremos incautos e crentes na teoria do Deus brasileiro? Já não basta ser o homízio típico de terroristas consagrados mundialmente?

Fontes:



terça-feira, 10 de novembro de 2015

Os atribulados mares orientais: ilhas artificiais, rusgas históricas e exercícios temerários

Uma das principais características de um Estado que pleiteia ser uma potência mundial é a projeção de sua força militar, em todas as suas potenciais dimensões de combate, em todos os possíveis cenários de embate. Há um constante exercício de demonstração de capacidades militares, por vezes correlacionado a posteriores esforços diplomáticos para acalmar a erupção das tensões acumuladas. 

Para fazer uma longa história resumida: há crescente tensão entre os Estados Unidos da América e China, pela hegemonia militar daquela que pode ser a rota comercial mais rentável da história da humanidade: os mares orientais do sul da China. 

O portal Janes, consagrado por excelentes análises, destaca há tempos os avanços chineses na construção de infraestruturas artificiais em arquipélagos nos mares do sul da China que estão sob litígio internacional.




Na última semana a incursão do destroyer americano USS Lassen nas proximidades de uma das ilhas artificiais despertou a ira dos chineses, expressa nas palavras do embaixador chinês junto aos Estados Unidos da América, Cui Tiankai, conforme matéria da CNN:

"...It is a very absurd and even hypocritical position to ask others not to militarize the region while one's self is sending military vessels there so frequently..."

A resposta não tardou. O secretário de defesa norte americano Ash Carter declarou sobre o tema em um painel do Senado Americano:

"...We will fly, sail and operate wherever international law permits and whenever our operational needs require..."

O portal Janes ainda indicou um fato novo na cadeia de eventos que elevam a tensão militar no local - o envio de uma força anfíbia especializada da marinha americana:

"...The US Navy's (USN's) Essex Amphibious Ready Group (ARG) has arrived in the service's 7th Fleet area of responsibility, the service confirmed to IHS Jane's on 3 November.

The group, which includes the Wasp-class amphibious assault ship USS Essex (LHD 2), the San Antonio-class amphibious transport dock USS Anchorage (LPD 23) and the Whidbey Island-class amphibious dock landing ship USS Rushmore (LSD 47), crossed the international dateline on 1 November, said Lieutenant Dave Levy, a public affairs officer with the USN's Expeditionary Strike Group Seven (ESG 7).

Embarked with the ARG is the 15th Marine Expeditionary Unit (MEU), which includes the Marine Medium Tiltrotor Squadron (VMM) 161 (Reinforced).

The arrival of Essex ARG in the 7th Fleet AOR follows a 27 October freedom of navigation (FON) operation by USN destroyer USS Lassen (DDG 82), which sailed within 12 n miles of what China views to be its territorial waters in the Spratly Islands. Beijing responded by saying that the US operation "threatens China's sovereignty and security interests, jeopardises the safety of personnel and facilities [on the] reefs, and damages regional peace and stability"..."

A Reuters afirmou que no episódio da incursão do USS Lassen as forças americanas foram espelhadas por navios e aeronaves militares chinesas, sendo inclusive alertadas em conformidade com as leis internacionais. A marinha americana afirma por sua vez ter respeitado as leis internacionais na incursão. 

A projeção das forças militares americanas no oriente é comumente relacionada ao apoio americano a Coréia do Sul e ao Japão, onde são constantes os exercícios militares conjuntos que simulam eventuais conflitos com a Coréia do Norte, que por sua vez goza do apoio do regime comunista chinês. Barack Obama deverá visitar a Ásia em breve.

Várias nações clamam os territórios de ilhas que se espalham pelo mar do sul da China, por sua importância estratégica, em especial como entrepostos militares. Dentre tais nações destacam-se o Vietnam e as Filipinas. A histórica controvérsia relativa a Taiwan também emerge quando se trata da soberania chinesa ultramarina.

Decerto trata-se de um dos cenários que merecem atenção internacional, pela possibilidade de escalonamento de uma crise entre duas superpotências, embora seja improvável que o evento cause um conflito armado.

Fontes:

http://edition.cnn.com/2015/10/27/asia/us-china-south-china-sea/

http://www.reuters.com/article/2015/10/28/us-southchinasea-usa-idUSKCN0SK2AC20151028#avixrq1ystGbyqt4.97

http://www.nytimes.com/interactive/2015/07/30/world/asia/what-china-has-been-building-in-the-south-china-sea.html?_r=0

http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2015/11/04/presidentes-de-taiwan-e-china-se-reunirao-pela-primeira-vez-desde-1949/

http://www.janes.com/article/55709/essex-amphibious-group-arrives-in-pacific-as-usn-reiterates-rights-to-south-china-sea-access?utm_campaign=%5bPMP%5d_PC5308_J360%204.11.15_KV_Deployment&utm_medium=email&utm_source=Eloqua

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Terroristas ameaçam Argentina

No final de outubro a Direção Geral de Inteligência Criminal do Ministério da Segurança da Argentina emitiu um alerta sobre a possibilidade de atentados terroristas contra dois shoppings argentinos.


A origem do alerta seriam representações diplomáticas argentinas. Os supostos autores da ameaça seriam vinculados ao grupo terrorista Ansar Dine, com atuação no Mali, que de acordo com algumas versões detém ligações com a Al Qaeda (enquanto outros lhe imputam conexões com o ISIS).

A despeito do histórico de terrorismo em território argentino, não é muito normal tal tipo de informação ser veiculada em largo espectro na mídia. A eventual motivação específica de atingir centros comerciais na Argentina por um grupo fundamentalista islâmico com baixa atividade fora de suas origens no Mali também não resta evidente. Entretanto, jamais deve-se menosprezar a errática aquisição de alvos "infiéis" por grupos terroristas fundamentalistas.

Supostamente, a presidente Kirchner já havia declarado que o país sofrera ameaças do ISIS. Essa é a mesma distinta senhora extinguiu a SIDE argentina, que respondia pela Inteligência de Estado, a lá Collor em '90. A extinção da SIDE ocorreu na esteira do deprimente espetáculo mórbido que teve seu auge no suspeito falecimento do promotor Nisman, atribuído em certa medida ao persona non grata de Cristina, "Jaime" Stiuso, ex-chefe da inteligência hermana. Curiosamente, tudo ocorre quando há eleições na Argentina, que salvo melhor juízo, pela primeira vez na história terão segundo turno. 

Não é que eu não confie em você, Cristina. É que eu não confio em ninguém! O lado bom da história é que as ameaças não se confirmaram até o presente momento.

Fontes:

http://www.clarin.com/politica/Exclusivo-emiten-alerta-amenazas-terrorista_0_1458454335.html

https://twitter.com/moreira_enzo/status/660114086164897792/photo/1?ref_src=twsrc%5Etfw

http://boainformacao.com.br/2015/10/31/argentina-confirma-ameaca-de-bombas/

http://www.telesurtv.net/news/Alertan-sobre-posibles-atentados-terroristas-en-Argentina-20151031-0011.html

http://www.infobae.com/2015/10/30/1766140-ansar-dine-el-grupo-terrorista-mali-que-se-unio-al-estado-islamico


Você conhece a Hakluyt & Co.?

O que faz um recurso humano altamente treinado e experiente em modernas doutrinas de Inteligência e Contrainteligência ao se aposentar de suas honradas funções públicas? O que sabe fazer de melhor, desde que queira permanecer ativo profissionalmente. Tal realidade não difere para aqueles que se aposentam no MI6.


A Hakluyt é uma empresa britânica privada de Inteligência, envolta em atmosfera de confidencialidade, discrição e elitismo em seus serviços, que supostamente foi fundada e tem em seus quadros grande número de ex-agentes do MI6. 

As prementes necessidades dos altos ciclos corporativos demandam a Atividade de Inteligência tanto quanto as nações; porém, é dispendioso e quiçá impraticável a determinadas empresas manterem ativos especializados no nível adequado aos seus objetivos. Se há demanda por inteligência e um mercado limitadíssimo efetivamente apto a oferecer tais serviços, o valor agregado é extremamente atrativo - e movimenta grandes fortunas. Esse é o contexto de negócio da Hakluyt e outras empresas privadas relacionadas a inteligência.

Recente matéria do The Guardian afirma que Sir Iain Lobban, ex-chefe do GCHQ britânico, se associou em serviços da Hakluyt após seu desligamento:

"...From time to time, Shell has drawn on the services of Hakluyt, the Mayfair-based intelligence company. Separately from his work with Shell, Lobban will sit on the advisory board of Hakluyt’s holding company, the Holdingham Group, alongside senior business figures including the former chairmen of Rolls-Royce, GlaxoSmithKline and Unilever.

Lobban joins a succession of former spies and diplomats who have become associated with Hakluyt since it was formed nearly 20 years ago. It draws on a network of associates around the world who provide regional and local information, making the company popular among its blue-chip clients.

Hakluyt staff include numerous former senior government advisers, and in recent years the company has met and dined with top civil servants including the cabinet secretary, Jeremy Heywood, and David Cameron’s national security adviser, Kim Darroch, who stepped down in September. A spokesman for Hakluyt, which declined the Guardian’s request for an interview, said the company does not talk to the press. Lobban declined to comment when approached by the Guardian..."

Apesar da típica aversão ao marketing e a mídia, alguns episódios apresentam supostas interações com elementos da Hakluyt. A plataforma ativista Sourcewatch.org indica ações relacionadas a espionagem no Greenpeace, além de prestações de serviços a Enron e a Shell. Historicamente, há uma polêmica que supostamente vinculada aos serviços da Hakluyt, envolvendo a morte de um cidadão britânico na China em circunstâncias suspeitas, de nome Heywood. Matéria do Standart afirma a suposta ligação de Heywood com interesses de então eminentes políticos chineses e seus eventuais serviços a Hakluyt.

Talvez a Hakluyt & Co. conheça você. A única razão para tanto é o quão valoroso você pode ser aos interesses de algum de seus clientes espalhados pelo mundo. Afinal, todos somos alvos da Atividade de Inteligência, seja no âmbito das nações ou não - o que varia é a escala de atribuição de importância entre os alvos, e obviamente, o custo benefício da informação/ação que se pretenda executar.

Fontes:

https://wikispooks.com/wiki/Hakluyt

http://www.standard.co.uk/news/london/mi6-a-death-in-china-and-the-very-secretive-mayfair-company-full-of-spooks-7603151.html

http://www.sourcewatch.org/index.php/Hakluyt_%26_Company_Limited

http://www.theguardian.com/uk-news/2015/nov/05/former-head-gchq-sir-iain-lobban-adviser-shell-hakluyt

domingo, 1 de novembro de 2015

Atualizações da "Nova Guerra Fria": propaganda enganosa, receios submarinos e a Síria pelos infantes

É notório que as tensões entre Estados Unidos da América e Rússia continuam a se intensificar na medida que o conflito na Síria e os jogos de guerra centrados no leste europeu baseados na guerra civil Ucraniana evoluem.


Uma "Nova Guerra Fria"? 

Particularmente, sou partidário da corrente de pensamento que considera que a Guerra Fria nunca tenha efetivamente arrefecido ao ponto dos focos de calor terem se extinto. Mas a taxonomia da história se reflete na polemologia e costuma fragmentar a cadeia de eventos em marcos, e decerto o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas é um ponto de curva considerável no diagrama histórico.

A politizada agência Sputnik alardeou as palavras do porta voz da Casa Branca Josh Earnest, que teria declarado que não há uma "Nova Guerra Fria" utilizando um argumento no mínimo tosco:

"...O porta-voz oficial da Casa Branca, Josh Earnest, declarou que o assunto de uma suposta Guerra Fria entre Rússia e EUA não está em pauta no momento porque a Rússia não representa mais uma superpotência, como o era na época da União Soviética.

"Não há dúvidas de que nós temos sérias divergências, principalmente sobre Ucrânia e Síria. Mas a Guerra Fria foi caracterizada pela confrontação entre duas superpotências. Agora, a situação é outra. A Rússia não é mais uma superpotência" – disse Earnest..."

Eu entendo que o papel do porta voz não costuma habilitá-lo ao livre exercício de um raciocínio histórico - mas enveredar para a propaganda enganosa não será producente. É inegável que a Rússia constitui uma superpotência mundial.

Os crescentes sinais de dissonância não se limitam a expansão das esferas de influência ou a discursos tendenciosos. Recente matéria do The New York Times revela um dos temores da inteligência americana: a possibilidade de um ataque submarino russo aos sistemas de cabos de comunicação que atravessam os oceanos.

Supostamente tais receios submarinos são fruto de operações de reconhecimento de belonaves nucleares da Rússia nas proximidades de sistemas críticos dos cabos de comunicação oceânicos. O potencial de um ataque que segmentasse os cabos é extremamente relevante, e decerto figuram em rol de alvos de alto valor a comunicação internacional no ocidente. 

Adquirir alvos que constituem infraestruturas críticas em eventual conflito é papel da inteligência militar de uma superpotência. Josh Earnest potencialmente dispõe de meios para alcançar esse entendimento - mas como asseveramos, não é pago para falar o que pensa. 

No teatro sírio, a recente implementação de forças especiais norte americanas em terra para combater o ISIS não é meramente protocolar, e também merece entrar no rol dos sintomas estudados. E mais uma vez, não é mera propaganda. Conhecer as atitudes de um potencial inimigo, "espelhando" suas operações em um cenário comum é uma relevante estratégia para evoluir doutrinas de combate no intuito de gerar o diferencial que possa alavancar vitórias.

Os argumentos ingênuos só servem as propagandas de ambos os lados do conflito. Quando se trata de estratégia militar que fundamenta a defesa nacional contra todos os potenciais cenários ameaçadores, nenhuma superpotência mundial fingirá boiar na superfície ignorando a abissal profundidade do mar belicista.

Fontes:

http://br.sputniknews.com/mundo/20151030/2605389/washington-nega-volta-guerra-fria-explica-porque.html

http://www.nytimes.com/2015/10/26/world/europe/russian-presence-near-undersea-cables-concerns-us.html?mwrsm=Email&_r=4

http://www.independent.co.uk/life-style/gadgets-and-tech/news/us-intelligence-fears-russia-could-crash-internet-by-cutting-subsea-cables-a6708651.html

http://noticias.r7.com/brasil/forcas-especiais-na-siria-nao-implicam-entrada-dos-eua-na-guerra-civil-diz-kerry-31102015


A maior catástrofe aérea russa

A queda do Airbus A321  russo da companhia Kogalymavia na península do Sinai no Egito é a maior tragédia aérea da história da Rússia. A fatalidade assolou 217 passageiros e 7 tripulantes, conforme informações da agência Sputnik.


Como em todo acidente aeronáutico, amplas são as possibilidades do que pode ter ocorrido, e a devida investigação dos fatos culminará em uma explicação adequada para a tragédia.

Relatos não confirmados indicam que a amplitude do sítio dos destroços indica que a aeronave se desintegrou no ar, o que de forma meramente precária e não conclusiva poderia ser compatível com um ataque terrorista. Matéria replicada no portal Terra afirma citando fontes oficiais russas que fotos de satélite apresentam um sítio de destroços com mais de 16 quilômetros quadrados de extensão.

A priori a possibilidade de terrorismo não pode ser descartada - assim como todas as outras possibilidades. A teoria terrorista emerge imediatamente de um fato: a motivação para uma eventual ação do gênero por parte de grupos bárbaros como o ISIS é real e significativamente aumentada após a intervenção russa na Síria. As ameaças nesse sentido tem sido constantes, e nas últimas semanas foram indicadas em postagens neste blog.

O terrorismo internacional sempre apostou em atos ilícitos contra sistemas aeronáuticos, em virtude do impacto mundial de tais alvos e infraestruturas críticas. Inúmeros são os exemplos trágicos de tal estratégia na história moderna. De fato, uma facção do ISIS atuante no Egito reivindicou ter causado a queda do avião - o que pode ser puro oportunismo propagandístico diante do advento da tragédia.

Análises prematuras tendem a fracassar em suas conclusões. A guarda dos serviços de contrainteligência russos já está alta há tempos, se é que em algum momento da história esteve baixa. Condolências as famílias das vítimas de mais uma terrível tragédia aeronáutica.

Fontes:

http://soldadodosilencio.blogspot.com.br/2015/10/terroristas-lancam-obuses-contra.html

http://soldadodosilencio.blogspot.com/2015/10/fsb-impede-dois-atentados-terroristas.html

http://br.sputniknews.com/mundo/20151101/2615479/moscou-cairo-investigam-catastrofe-aerea-russa.html

http://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/fotos-tiradas-do-espaco-facilitam-buscas-no-local-de-queda-de-aviao-no-egito,78c67bad814b82b0bb65d700e5061a9bbz1fmqbc.html


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Agente do MI6 teria sido vítima de assassino russo do SVR

Eis uma atípica semana para Secret Intelligence Service da famosa terra dos tablóides. 

Enquanto a mídia chama atenção a estréia do novo filme de James Bond e as declarações do MI6 sobre como o 007 e sua falta de inteligência emocional não lhe confeririam uma aplicação ao atual recrutamento da agência, exsurgem novidades sobre a morte de Gareth Williams - um oficial real que morreu em circunstâncias suspeitas em 2010. E a fonte dos fatos novos seria um contato de alto nível de um ex-espião russo dissidente: Boris Karpichkov.


Karpichkov afirma que Williams morreu por ter se negado tornar-se agente duplo em uma chantagem proposta pelo SVR russo. A chantagem teria como pano de fundo a homossexualidade velada de Williams, flagrada por um "corvo" russo em uma viagem a Las Vegas. 

Após resistir a chantagem, o assassino russo teria injetado veneno no ouvido de Williams, e supostamente fabricara e limpara a cena bizarra de sua morte: seu corpo foi encontrado dentro de uma bolsa da The North Face fechada, com a chave do lado de dentro, em uma banheira.

Entretanto, a matéria da RT citando o Daily Mail apresenta a antítese da teoria de Karpichkov, em uma explicação que atestaria a morte acidental em função de bizarros desejos de claustrofilia:

"...Experts have dismissed Karpichkov’s claims, however, insisting Williams died from his obsession with claustrophilia, an erotic desire for confinement.

“He could shut the bag from inside by pinching the fabric together to fasten the clasp. He was into cross-dressing and had a series of bizarre habits,” author and espionage expert Nigel West told the Daily Mail..."
 
Há uma série de controvérsias nas investigações e perícias realizadas na cena e no cadáver de Williams, especialmente em relação a possibilidade da vítima ter ou não condições de ter voluntariamente se trancado na bolsa onde foi encontrado.

O mistério da morte de Gareth Williams persiste, e em função da natureza sensível de seu trabalho a teoria apresentada pelas fontes mencionadas pelo motivado dissidente russo Karpichkov é verossímil.

Fontes:

http://www.telegraph.co.uk/culture/film/jamesbond/11959301/James-Bond-wouldnt-be-given-a-job-at-MI6.html

https://www.rt.com/uk/319729-gareth-williams-dead-spy/

https://en.wikipedia.org/wiki/Death_of_Gareth_Williams

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Hacker adolescente teria invadido email do diretor da CIA John Brennan


Qual é o elo fraco da Contrainteligência? Essa pergunta é a mais fácil aos iniciados no tema, que em coro bradam a alta voz, em uníssono: o ser humano. Tal raciocínio se aplica também ao diretor da CIA, John Brennam.


Supostamente utilizando um golpe clássico de engenharia social um hacker adolescente norte-americano (que ainda permanece) anônimo teria garantido acesso a uma conta de email pessoal do diretor da CIA que com informações sensíveis. É o que revelam matérias do The Washington Post, ABC News e do Computer World.

Para provar o feito, o hacker teria postado alguns documentos na web que comprovariam a invasão, e dentre estes estaria um formulário preenchido com informações sensíveis relativas a uma credencial de inteligência de alto nível, além de vários contatos de Brennan.

Não é o primeiro escândalo que eclode relativo à "emails" e "inteligência" nos Estados Unidos da América neste ano: Hillary Clinton também já esteve nos noticiários mundiais nesse tema. Ressalte-se também a absurda janela de oportunidade que se formou diante dos adversários do Tio Sam a brecha no OPM estadunidense. Ambos os casos foram oportunamente tratados em breve análise deste blog.

Fato é que autoridades e instituições americanas com potencial relacionamento com a Atividade de Inteligência são alvos constantes de ataques cibernéticos, e decerto deverão reavaliar suas condutas e mentalidade de Contrainteligência para mitigar o risco de sua exposição.

Afinal, "caiu na net" não é só para pornografias...

Fontes:

http://soldadodosilencio.blogspot.com/2015/09/hillary-clinton-email-pessoal-e.html

http://soldadodosilencio.blogspot.com/2015/09/the-opm-breach-seguranca-cibernetica.html

http://www.wsj.com/articles/cia-directors-private-email-account-was-hacked-news-report-says-1445273851

http://abcnews.go.com/Politics/wireStory/hacker-claims-breached-cia-directors-personal-email-34578663

http://www.computerworld.com/article/2994451/cybercrime-hacking/stoner-high-school-kid-claims-to-have-hacked-cia-directors-email-account.html

FSB impede dois atentados terroristas na Rússia

O serviço secreto russo anunciou que impediu o segundo plano terrorista relacionado ao ISIS nas últimas duas semanas.


Reportes da Associated Press citando agências locais russas dão conta que a FSB teria detido um homem que planejava explodir um trem na região de Krasnodar no sudeste da Rússia, e em seguida se juntar ao ISIS na Síria. A matéria destaca que esta foi a segunda tentativa frustrada ostensivamente pelo FSB nas últimas duas semanas:

"...It was the second announcement of a terror arrest in Russia in two weeks. Security officials last week arrested several men in Moscow who were allegedly trained by the Islamic State group and were planning an attack on Moscow's public transit system..."

O primeiro plano terrorista impedido pelo FSB teria como alvo o transporte público de Moscou. Matéria do Sputnik afirma que há terroristas detidos na primeira empreitada que confessaram receber ordens do ISIS.

Diante análise que mais se assemelha a uma operação básica de matemática, resta evidente que a intervenção russa na Síria não restará impune as frequentes campanhas jihadistas. Destacamos recentemente tal questão no caso do lançamento de obuses contra a embaixada russa em Damasco. Resta saber até quando a contrainteligência russa terá sucesso em mitigar os riscos impostos pela guinada na política externa de Putin em relação ao ISIS e ao terrorismo internacional.

Em cerimônia recente no Kremlin, Vladimir Putin clama que pelo menos 20 planos terroristas contra alvos russos foram desbaratados pela contrainteligência russa em 2015, resultando na prisão de 560 militantes e morte de outros 112. No cenário interno da Rússia a maior probabilidade de um ataque terrorista provém de radicais islâmicos de territórios contestados, em especial a Chechênia e o Daguestão.

Fontes:

http://soldadodosilencio.blogspot.com/2015/10/terroristas-lancam-obuses-contra.html

http://www.usnews.com/news/world/articles/2015/10/19/russian-intelligence-says-it-foiled-terror-plot

http://www.hngn.com/articles/142291/20151021/putin-20-terrorist-plots-foiled-russian-intelligence-2015.htm

http://rushincrash.com/forces/in-the-kuban-assistant-driver-was-arrested-for-planning-terrorist-attacks-in-the-train/

http://br.sputniknews.com/mundo/20151019/2473405/russo-detido-terrorismo-confessa-receber-ordens-estado-islamico.html

domingo, 18 de outubro de 2015

Bolívia reporta incursão de aeronave-espiã

De acordo com o Vice-Ministro da Defesa Social e Substâncias Controladas da Bolívia, Felipe Cáceres, seu país reportou a presença de aeronave espiã em seu espaço aéreo. 


Não há mais detalhes sobre o fato, a aeronave em questão ou o teatro das operações. A Bolívia planeja a aquisição de 16 radares Thales da indústria francesa para o controle de seu espaço aéreo. Eis o destaque da agência EFE:

“Estamos falando de segurança do estado boliviano, temos muita informação. Devemos alertar que há aeronaves não identificadas no espaço aéreo boliviano e é questão de segurança de Estado”

Sobre a compra dos radares, o Ministro da Defesa Reymi Ferreira declarou em Abril de 2015:

"...Nuestro espacio aéreo estará controlado, y nos permitirá garantizar la aeronavegación comercial, además de combatir al narcotráfico" [...] "En el departamento de Beni y en la región amazónica existen muchas pistas clandestinas que requieren control mediante radares..."

Além da confissão implícita de Ferreira, é notório que o controle do espaço aéreo boliviano é débil - imperam aeronaves clonadas sob serviço de carga ao narcotráfico internacional. A título de exemplo,vários são os casos noticiados na imprensa de aviões roubados no Brasil trasladados ao país andino para servir a esquadrilha ilegal dos cocaleros. 

Diante de tal fragilidade, é surpreendente o "serviço de inteligência" boliviano se deparar com tamanha certeza sobre a incursão espiã a ponto de produzir forte alarido - se a detecção não for mero fruto do acaso, decerto será propaganda para robustecer as justificativas do contrato pretendido com a indústria francesa. Com tendências amigáveis ao populismo lulo-petista e suas lições de "ética financeira contratual", quiçá o Cocalero demandará seus eventuais percentuais no contrato de 204 milhões de Euros... a história ocasionalmente revelará a verdade.

Fontes:

https://www.ultimoinstante.com.br/ultimas-noticias/politica/bolivia-denuncia-presenca-de-avioes-espiao-em-seu-espaco-aereo/133959/

http://www.mdzol.com/nota/602690-bolivia-compra-radares-a-francia-por-204-millones-de-dolares/

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Snowden denuncia Smurfs!

Mas não estou falando dos simpáticos amiguinhos azuis da floresta que povoaram a infância de uma geração inteira de crianças na época que mangá era só uma grafia errada para uma fruta tropical.

Perdão... Não pude resistir a essa piada pronta...
Matéria do portal TechTudo citando artigo da BBC destaca que smurfs trata-se de um avançado sistema interativo provido pelo GCHQ britânico que permite ganhar total controle de um smartphone por clientes estatais da Atividade de Inteligência através de uma mensagem de texto encriptada que atua sobre o aparelho alvo.

Especificando as várias suítes do sistema Smurfs, Snowden teria detalhado ao programa Panorama da BBC:

"Dreamy Smurf is the power management tool which means turning your phone on and off without you knowing [...] Nosey Smurf is the 'hot mic' tool. For example if it's in your pocket, GCHQ can turn the microphone on and listen to everything that's going on around you - even if your phone is switched off because they've got the other tools for turning it on [...] Tracker Smurf is a geo-location tool which allows [GCHQ] to follow you with a greater precision than you would get from the typical triangulation of cellphone towers..."

O GCHQ (Government Communications Headquarters) é a versão britânica da propagandeada NSA norte-americana. Na verdade, trata-se aqui especialmente da agência que surgiu do legado de trabalho de Alan Turing e equipe, institucionalizada em sua importância após a operação ULTRA de Bletchley Park. Sua especialidade máxima desde os primórdios: SIGINT.

Na boa, vou desligar meu telefone, retirando a bateria inclusíve... Se não der certo e continuar assim, teremos que chamar o Gargamel e armá-lo melhor. Talvez o Putin nos ajude!

Fontes:

http://www.tudocelular.com/seguranca/noticias/n61962/snowden-denuncia-programa-smurfs.html

http://www.bbc.com/news/uk-34444233

http://www.gchq.gov.uk/Pages/homepage.aspx

http://i0.wp.com/hienarabugenta.com.br/wp-content/uploads/2011/09/daily_picdump_788_640_81.jpg

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Terroristas lançam obuses contra embaixada russa em Damasco

Algumas previsões são realizáveis por qualquer criança bem informada: terroristas começam designar e atacar alvos russos em represália a intervenção na Síria, desfavorável as intenções de criação do famigerado "califado" do ISIS.


A explosão de obuses contra a embaixada da Rússia em Damasco no dia 13/10/2015 é talvez o primeiro movimento  terrorista amplamente divulgado contra alvos não militares russos. Altamente provável que não será um fato isolado. Entretanto, o lamentável atentado terrorista oferece uma oportunidade para comparar as repercussões do fato na comunidade internacional.

O norte-americano The New York Times publicou matéria noticiando os fatos, da qual destaco a análise finalística:

"...The attack on the embassy comes as Russia has intensified its airstrikes against Syrian insurgents. Both Russia and the United States say they are battling the Islamic State extremist group, also known as ISIS, ISIL or Daesh, but the two countries have taken opposite sides in the fighting between Mr. Assad and the other insurgent groups fighting him.

Russia’s airstrikes have mainly hit non-Islamic State groups, including the Nusra Front, Al Qaeda’s affiliate in Syria, as well as American-backed groups. Russian officials dismiss distinctions between the insurgent groups and say they are all terrorists and legitimate targets.

There were no immediate reports that any buildings in the Russian Embassy compound had been hit by the mortar shells Tuesday morning. Russian state news media said that the first shell struck 200 yards away. The Syrian Observatory for Human Rights, a monitoring group based in Britain with a network of contacts across Syria, said that ambulances were seen in the area afterward."

By afternoon, Syria’s state news media had not reported the attack, carrying only an item about Syrians’ demonstrating to thank Russia for its “seriousness in fighting terrorism” and to reject “any foreign interference in their internal affairs...”

Por sua vez, a agência Sputnik, na versão em português, também apresenta os fatos atinentes ao atentado, e resume sua análise quase como uma resposta:

"...Desde 30 de setembro último, a pedido do presidente sírio Bashar Assad, a Rússia iniciou ataques localizados contra as posições do Estado Islâmico na Síria, usando aviões Su-25, bombardeiros Su-24M, Su-34, protegidos por caças Su-30SM.Segundo os dados mais recentes, as Forças Aeroespaciais russas realizaram, desde o início da operação, cerca de 140 missões contra as posições dos terroristas, nomeadamente postos de comando, campos de treinamento e arsenais.

Além disso, os navios da Frota do Mar Cáspio lançaram 26 mísseis de cruzeiro contra os territórios controlados pelos jihadistas. A precisão de ataque é de cerca de 5 metros.Os alvos dos ataques são estabelecidos com base nos dados de reconhecimento russo, sírio, iraquiano e iraniano.

O embaixador sírio na Rússia, Riad Haddad, confirmou que as missões aéreas são realizadas contra organizações terroristas armadas, e não contra grupos da oposição política ou civis. Além disso, segundo ele, em resultado da operação da Força Aérea russa, já foi destruída cerca de 40% da infraestrutura do Estado Islâmico..."

Atenção: não coloquei o trecho específico que trata da notícia, posto que ali havia coincidência praticamente total. Já a dissonância das análises e opiniões sobre a atuação russa no conflito é mais do que óbvia.

O destaque final sobre o tema fica para o Sputnik, no dia seguinte aos eventos: Estados Unidos se recusam a condenar ataque contra embaixada russa na Síria. Sergei Lavrov, ministro russo, teria lamentado o fato de seus antagonistas americanos não condenarem  o ataque terrorista no Conselho de Segurança da ONU, se negando a assinar a declaração neste sentido proposta pelos russos. 

Prezados ianques: tudo indica que foi um atentado terrorista sim!

Denota-se que a propaganda política da "Nova Guerra Fria", ora aplicada na era da internet globalizada, é muito mais transparente: a tecnologia popularizada parece ter fundido boa parte da cortina de ferro.

Fontes:

http://www.nytimes.com/2015/10/14/world/middleeast/russia-syria-embassy.html?_r=0

http://www.ebc.com.br/noticias/internacional/2015/10/siria-projeteis-explodem-na-embaixada-da-russia-em-damasco

http://br.sputniknews.com/mundo/20151013/2412753/Siria-ataque-embaixada-Russia-Damasco.html

http://br.sputniknews.com/mundo/20151014/2430447/embaixada-atentado-condenacao-EUA-Russia.html

domingo, 11 de outubro de 2015

Fontes iranianas acusam o Mossad de provocar tumulto mortal em Mecca

O Mossad está envolvido em operações de inteligência improváveis e realmente fantásticas... mas a desinformação iraniana provavelmente exagerou dessa vez: supostamente o serviço secreto israelense foi acusado pelo Irã de provocar o tumulto mortal nos arredores de Mecca para abduzir oficiais iranianos.

As fontes iranianas remontam a uma agência de notícias denominada "al-Nahrain-net", e seriam supostamente baseadas em relatórios preliminares de "alguma inteligência européia". Tal reporte preliminar indicaria participação de agentes israelenses e sauditas no tumulto que ocasionou quase 800 mortes e mais de 1000 feridos em um ritual de apedrejamento de pilastras que representariam o demônio. Obviamente, Arábia Saudita e Israel são os maiores adversários regionais do Irã.


A matéria da Salem-News informa seis potenciais vítimas: 

"...According to this report, the former Iranian ambassador to Lebanon, Ghazanfar Roknabadi, is believed to have kidnapped in the deadly stampede. Mr. Roknabadi is considered an eminent member of the Supreme Leader's office staff and a figure who is well-informed regarding the secrets of arming Hezbollah by Tehran. Ali Asghar Fouladgar, the head of IRGC's institute for strategic studies, is also identified as missing. Hussein Danesh, Fo'ad Mashghali, Ammar Miransari and Seyyed Hasan Hasani - all members of IRGC or Iran's Supreme Leader's office for the pilgrimage, are declared missing..."


A agência iraniana Tanseem replica a mesma notícia. O website Breaking News Israel apresenta a versão desta última fonte iraniana:

"...The reason Tanseem pins the notion that the stampede was an Israeli-Saudi collaboration on information in the Western intelligence report indicating that “it is impossible that Mossad agents could carry out such an operation without coordination with Saudi intelligence, and perhaps with the assistance from one or more Western intelligence services.”

Tanseem says its sources confirmed that former Iranian Ambassador to Lebanon Ghazanfar Abadi is among the missing in Mina, and as he is one of the most important figures in the office of the commander of the revolution, and possibly the most prominent figure familiar with the secrets of Iranian armament of Hezbollah in Lebanon, it follows that he could have been targeted in the “Mossad stampede..."

Uma avaliação particular: desinformação pura, e provavelmente de jornalismo sensacionalista tendente a teorias da conspiração, desvinculada de qualquer inteligência efetiva.
 
Rápida pesquisa demonstra que a própria agência oficial de notícias iranianas (IRNA), replicada em agência de notícias Albawaba, após semanas de desaparecimento, confirmou a morte de Ghazanfar Roknabadi no tumulto de Hajj. 
 
Imputar as responsabilidades de um acidente multitudinário historicamente recorrente nas festividades islâmicas a inimigos clássicos é uma forma de justificar os fatos, deixá-los mais aceitáveis - ou mais comerciais, no caso de um jornal sensacionalista.

Fontes:

http://www.breakingisraelnews.com/49934/iranian-news-agency-blames-mossad-saudis-for-staging-mina-stampede-to-abduct-senior-iranians-middle-east/#UqtzSIilu2sLJyjV.97

http://en.abna24.com/service/middle-east-west-asia/archive/2015/10/01/713133/story.html

http://www.salem-news.com/articles/october042015/mecca-irgc-abductions.php

http://www.timesofisrael.com/senior-iran-diplomat-missing-after-hajj-tragedy/

http://www.albawaba.com/news/former-iranian-envoy-lebanon-killed-hajj-stampede-749806