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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Terroristas lançam obuses contra embaixada russa em Damasco

Algumas previsões são realizáveis por qualquer criança bem informada: terroristas começam designar e atacar alvos russos em represália a intervenção na Síria, desfavorável as intenções de criação do famigerado "califado" do ISIS.


A explosão de obuses contra a embaixada da Rússia em Damasco no dia 13/10/2015 é talvez o primeiro movimento  terrorista amplamente divulgado contra alvos não militares russos. Altamente provável que não será um fato isolado. Entretanto, o lamentável atentado terrorista oferece uma oportunidade para comparar as repercussões do fato na comunidade internacional.

O norte-americano The New York Times publicou matéria noticiando os fatos, da qual destaco a análise finalística:

"...The attack on the embassy comes as Russia has intensified its airstrikes against Syrian insurgents. Both Russia and the United States say they are battling the Islamic State extremist group, also known as ISIS, ISIL or Daesh, but the two countries have taken opposite sides in the fighting between Mr. Assad and the other insurgent groups fighting him.

Russia’s airstrikes have mainly hit non-Islamic State groups, including the Nusra Front, Al Qaeda’s affiliate in Syria, as well as American-backed groups. Russian officials dismiss distinctions between the insurgent groups and say they are all terrorists and legitimate targets.

There were no immediate reports that any buildings in the Russian Embassy compound had been hit by the mortar shells Tuesday morning. Russian state news media said that the first shell struck 200 yards away. The Syrian Observatory for Human Rights, a monitoring group based in Britain with a network of contacts across Syria, said that ambulances were seen in the area afterward."

By afternoon, Syria’s state news media had not reported the attack, carrying only an item about Syrians’ demonstrating to thank Russia for its “seriousness in fighting terrorism” and to reject “any foreign interference in their internal affairs...”

Por sua vez, a agência Sputnik, na versão em português, também apresenta os fatos atinentes ao atentado, e resume sua análise quase como uma resposta:

"...Desde 30 de setembro último, a pedido do presidente sírio Bashar Assad, a Rússia iniciou ataques localizados contra as posições do Estado Islâmico na Síria, usando aviões Su-25, bombardeiros Su-24M, Su-34, protegidos por caças Su-30SM.Segundo os dados mais recentes, as Forças Aeroespaciais russas realizaram, desde o início da operação, cerca de 140 missões contra as posições dos terroristas, nomeadamente postos de comando, campos de treinamento e arsenais.

Além disso, os navios da Frota do Mar Cáspio lançaram 26 mísseis de cruzeiro contra os territórios controlados pelos jihadistas. A precisão de ataque é de cerca de 5 metros.Os alvos dos ataques são estabelecidos com base nos dados de reconhecimento russo, sírio, iraquiano e iraniano.

O embaixador sírio na Rússia, Riad Haddad, confirmou que as missões aéreas são realizadas contra organizações terroristas armadas, e não contra grupos da oposição política ou civis. Além disso, segundo ele, em resultado da operação da Força Aérea russa, já foi destruída cerca de 40% da infraestrutura do Estado Islâmico..."

Atenção: não coloquei o trecho específico que trata da notícia, posto que ali havia coincidência praticamente total. Já a dissonância das análises e opiniões sobre a atuação russa no conflito é mais do que óbvia.

O destaque final sobre o tema fica para o Sputnik, no dia seguinte aos eventos: Estados Unidos se recusam a condenar ataque contra embaixada russa na Síria. Sergei Lavrov, ministro russo, teria lamentado o fato de seus antagonistas americanos não condenarem  o ataque terrorista no Conselho de Segurança da ONU, se negando a assinar a declaração neste sentido proposta pelos russos. 

Prezados ianques: tudo indica que foi um atentado terrorista sim!

Denota-se que a propaganda política da "Nova Guerra Fria", ora aplicada na era da internet globalizada, é muito mais transparente: a tecnologia popularizada parece ter fundido boa parte da cortina de ferro.

Fontes:

http://www.nytimes.com/2015/10/14/world/middleeast/russia-syria-embassy.html?_r=0

http://www.ebc.com.br/noticias/internacional/2015/10/siria-projeteis-explodem-na-embaixada-da-russia-em-damasco

http://br.sputniknews.com/mundo/20151013/2412753/Siria-ataque-embaixada-Russia-Damasco.html

http://br.sputniknews.com/mundo/20151014/2430447/embaixada-atentado-condenacao-EUA-Russia.html

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Pois é... É bem verdade que já houve denúncias no passado da promoção de "atentados terroristas" pela Inteligência russa com o intuito de justificar as políticas do estado, o que justificaria a postura americana... mas não creio ser o caso, ou ao menos não há elementos ostensivos que façam crer não se tratar de um atentado terrorista autêntico das inúmeras forças que se opõe a Bashar al-Assad.

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