Um dos mantras comuns na Atividade de Inteligência que são replicados nos livros e filmes ficcionais sobre o tema constitui verdade fora das páginas e telas: se durante ação clandestina o operativo restar exposto, terá pouca ou nenhuma ajuda, e normalmente será o fim de sua carreira.
E a realidade se aproxima da ficção nas exposições. É o caso de Sabrina De Sousa, citado pela Vice News, The Star e Diário de Notícias. The Wall Street Journal destaca o polêmico caso que envolveu a agente e outros 25 colaboradores da CIA:
"...The case is part of a landmark ruling by an Italian court on the U.S. practice of abducting suspected terrorists and flying them to other countries for interrogation.
Ms. de Sousa is one of 26 Americans, mostly CIA agents, convicted in absentia in 2009 of taking part in the 2003 kidnapping Osama Mustafa Hassan Nasr on a street in Milan. The CIA and Italian police considered the cleric to be a recruiter for al Qaeda. He was sent to U.S. military bases in Italy and Germany before being moved to Egypt, where he was released without charges 14 months later. He said he had been tortured.
The Americans, none of whom has been in custody in Italy, were sentenced to five years initially. An appeals court lengthened the sentences to seven years. The sentences were upheld by Italy’s highest court in 2012..."
Ms. de Sousa is one of 26 Americans, mostly CIA agents, convicted in absentia in 2009 of taking part in the 2003 kidnapping Osama Mustafa Hassan Nasr on a street in Milan. The CIA and Italian police considered the cleric to be a recruiter for al Qaeda. He was sent to U.S. military bases in Italy and Germany before being moved to Egypt, where he was released without charges 14 months later. He said he had been tortured.
The Americans, none of whom has been in custody in Italy, were sentenced to five years initially. An appeals court lengthened the sentences to seven years. The sentences were upheld by Italy’s highest court in 2012..."
Nascida na Índia, Sabrina de Sousa é cidadã norte-americana e portuguesa. Ex-agente da CIA sob disfarce diplomático, foi condenada à revelia na Itália por participar do rapto do radical islâmico Abu Omar em 2003 na autoproclamada guerra contra o terrorismo.
Enfim, o caso é um marco sobre as prisões clandestinas da CIA na Comunidade Européia durante a guerra ao terror.
De Sousa foi detida no Aeroporto de Lisboa, posto que contra ela pendia mandado judicial comunitário em função de sua condenação - tem 10 dias para evitar sua extradição de Portugal rumo a uma prisão italiana.
Sabrina conhecia sua condição judicial precária. Teve motivos humanitários para se expor a eventual detenção: pretendia visitar a mãe doente na Índia. As autoridades portuguesas não mantiveram a ex-agente em prisão preventiva - deverá se apresentar esporadicamente as autoridades portuguesas.
Sabrina De Sousa alega inocência. Em sua conta oficial do Twitter, uma das informações é muito relevante para sua defesa: a CIA atuou em conjunto com a Inteligência Italiana em Milão. Nenhum dos operativos italianos foi condenado.
Até onde vai a responsabilidade do Estado e onde começa a do Agente? Na Atividade de Inteligência, as teorias do Direito que tratam o tema são estendidas além dos limites... e aquém do bom senso.
Fontes:
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=4821911
https://news.vice.com/article/former-cia-officer-detained-in-europe-while-trying-to-clear-her-name-in-rendition-case
http://www.thestar.com/news/world/2015/10/08/italy-says-ex-cia-agent-convicted-in-rendition-case-detained-in-portugal.html
http://www.wsj.com/articles/ex-cia-agent-detained-in-portugal-over-2009-kidnapping-conviction-in-italy-1444324821
https://twitter.com/sadiso
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