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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Advogados de Mustafa al-Hawsawi questionam instalação da CIA na Lituânia

Informações da organização britânica The Bureau of Investigative Journalism indicam que um processo judicial foi movido contra a CIA  para obter informações relativas a instalação de uma "prisão secreta" na localidade de Antaviliai, no norte da Lituânia.


A "casa sem janelas" utilizada pela CIA em Antaviliai não é exatamente uma novidade, bem como o uso de "prisões secretas" pela agência por toda a Europa na guerra contra o terrorismo. Questionamentos anteriores foram amplamente discutidos, com declarações oficiais. 

A informação sobre o local é disponível em fontes abertas há um bom tempo, como destaca o Global Research - Centre for Research in Globalization, bem como "o quase independente e sempre neutro" Sputnik News, fonte da foto acima que se presume tratar do local denunciado.

A notícia foi requentada em função dos advogados de um suposto terrorista apontado como participante dos terríveis atentados de 11 de Setembro de 2001, conhecido como Mustafa al-Hawsawi, questionarem informações sobre instalação da CIA na Lituânia em conjunto com procuradores locais. Al-Hawsawi, detido em Guantánamo, teria feito check in em Antaviliai no passado.

Interessante na matéria do Bureau observar algo que considero uma falha ab initio na contrainteligência da CIA ao construir o local, pelo que destaco o trecho da matéria:

"...The windowless white warehouse about the size of an Olympic swimming pool was constructed in 2004. It soon became a topic of gossip among the 750 inhabitants of Antaviliai, a small hamlet ten miles north east of the Lithuanian capital and encircled by pine forest.

The workmen who built it worked mostly at night, using brand new equipment that was out of place among the tumbledown factory buildings, allotments and unpretentious Communist-era housing blocks. Villagers, who only agreed to interviews on the condition of anonymity, describe how English-speaking security guards had patrolled the perimeter of the site and vehicles with tinted windows shuttled up and down the forest road leading to the capital. According to one resident, a van from a Vilnius restaurant – often used at the time for government receptions – regularly delivered food to the building.

In the months that followed its construction the residents had tried to find out more, even holding a public meeting to try to elicit answers. But it was only years later as investigations by journalists, legal teams and NGOs started to throw light on a secretive imprisonment and interrogation programme run by the US Central Intelligence Agency that the villagers learnt how the building had been a key part of the CIA’s programme between 2004 and 2006..."

Três teses emergem: 
1) A CIA chamou muita atenção na construção do local e subestimou a inteligência dos moradores; 
2) Os moradores de Antaviliai são muito curiosos por natureza, desde a época da KGB aprenderam muito sobre segurança orgânica; 
3) Trata-se de interpretação jornalística posterior, depois de fatos revelados sobre o local. 

O resultado é comum as teses apresentadas: falha crassa de contrainteligência. Não tinha estória-cobertura, não tinha disfarce, não tinha despiste - foi feito "na tora" mesmo. Se a operação de implantação do local fosse um sucesso, estaria em uso contínuo até hoje - quiçá não houvesse o menor vestígio de informações/revelações, nem mesmo por outras agências de inteligência. 

Agora uma análise propositalmente muito superficial: embora eu desconheça a história do senhor Al-Hawsawi, acredito que nenhum serviço secreto do mundo, independente de viés político de direita ou esquerda, se predispõe a arrastar indiscriminadamente qualquer um para uma local reservado sem uma boa motivação. E posso apostar que todas essas agências dispõe de locais reservados.

Fontes:




P.S.: Acredito piamente no Sputnik News. E no Papai Noel, na Mula sem Cabeça, no Coelhinho da Páscoa, na retórica do "Eu não sabia de nada" de alguns políticos...

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