Um dos mais lendários e eficientes serviços secretos do mundo moderno fez uma festa de aniversário no último dia 24 de Setembro, embora oficialmente tenha sido criado em 13 de Dezembro de 1949 por recomendação do então primeiro ministro David Ben-Gurion. É o destaque da matéria jornalística da I24news.tv.
Em um brinde festivo para marcar do 65º aniversário do Mossad estiveram presentes o Primeiro Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, o ministro da Inteligência Katz e o chefe do Mossad Tamir Pardo. Bibi Netanyahu destacou em um discurso a tarefa complexa que se deslinda diante da lendária agência israelita:
"The real defense of our country during its years of existence and the 65 years of the existence of the Mossad, which we mark on this day, is this power of the State of Israel. It is this power that we cultivate [...] there is one clear rule: no one makes a pact with the weak. [...] We cannot solve the fundamental problems of the Middle East that are revealed in all their power, and today our enemy is twofold: It is radical Shiite Islam led by Iran and its proxies, and radical Sunni Islam, currently led by the Islamic State..."
Não costumo traduzir discursos, posto que toda tradução é uma interpretação, mas destaco a lição de Netanyahu sobre o Mossad, extensível a todos os que militam na Atividade de Inteligência: "existe uma regra clara: ninguém faz pactos com os fracos". A história familiar dos Netanyahu se confunde com a história do Mossad. O raid de Entebbe só não foi perfeito em função da morte de seu irmão, Yonatan Netanyahu.
As raízes do serviço secreto de Israel remontam à resistência judia durante a segunda guerra mundial e estão muito bem descritas em recentes livros na língua portuguesa, e em breve pretendo produzir algo para ilustrar um pouco dessa lendária história. Há capítulos no Brasil, e especialmente na Argentina... será que a casa da Rua Garibaldi ainda está de pé? De eficiência notória, houveram poucas falhas que se tornaram públicas e constrangedoras.
Na semana do aniversário se faz público algo que não pode ser considerado uma falha: a agência iraniana Tasnim citando um jornal suíço e o superpolitizado Sputnik russo imputam ao Mossad e a NSA vários ataques cibernéticos e a vigilância das conversas sustentadas entres as nações para o controle do programa nuclear do governo de Terã, à semelhança do que acontecera em 2007 nas vésperas da Assembleia Geral da ONU e foi matéria de um post recente.
"...The Swiss security services suspected the Israelis were behind the cyber attack before the raid on the President Wilson hotel – they still do today – nothing has changed,” [...] It claimed the security services were first alerted to the possibility of Israeli involvement in cyber-spying last spring after the computer anti-virus program software manufacturers, Kaspersky Lab detected a hack on several of its computers which had been installed in luxury hotels across Europe.
The investigators quickly established that Iran had used the hotels to conduct negotiations with France, Germany, Britain, the US, Russia and China over its nuclear program. On the basis of the evidence, Switzerland’s chief federal prosecutor opened an official investigation into the cyber attacks on 6 May. Der Tagesanzeiger said that a week later police cyber crime experts raided President Wilson hotel. The paper said that preparing the raid had been a difficult operation because several of the hotel’s own security staff had previously worked for the Israeli secret services..."
O ataque teria se baseado em interceptação de dados utilizando-se um software conhecido como Duqu 2, de tecnologia imputada ao Mossad:
"...Material confiscated from the hotel included software which showed that its computer system had been infiltrated by a sophisticated surveillance program known as Duqu 2, similar to the Duqu Trojan once known to have been used by Israeli intelligence. A spokesman for Kaspersky Lab described Duqu 2 as “extremely expensive”. He added that the software demanded the kind of computer know-how that was “beyond the resources of a common criminal..."
Especificações relativas a técnica utilizada do ataque cibernético são de uma fonte razoavelmente idônea: o moscovita Kaspersky Lab. Embora detenha conhecimento sobre ameaças virtuais, tem origem e sede na Rússia, onde o que não é profícuo para o governo (Putin) e seus aliados (Irã, no caso) não costuma subsistir por muito tempo.
Supostamente a matéria destaca que a contrainteligência iraniana evoluiu, posto que teria preparado os diplomatas sobre o assunto com a experiência angariada anteriormente. Não se sabe qual o montante de informações foi coletado e o quão decisivo foi para um desfecho que os americanos consideraram positivo - decerto a opinião otimista ianque alardeada por Obama não é compartilhada por Israel.
Israel não pretende admitir que os iranianos ganhem acesso a tecnologia nuclear ofensiva, o que historicamente é um objetivo muito claro para o Mossad. E até onde se sabe (stuxnet que o diga), tal objetivo tem sido efetivamente executado pelos carrascos do Kidon e seus lendários Katsa à margem da perfeição.
Ora, não há como condená-los em minha opinião. Se eu tivesse um vizinho instável, tendente ao fundamentalismo islâmico e que não gostasse de mim eu também não gostaria que ele se armasse.
Israel não pretende admitir que os iranianos ganhem acesso a tecnologia nuclear ofensiva, o que historicamente é um objetivo muito claro para o Mossad. E até onde se sabe (stuxnet que o diga), tal objetivo tem sido efetivamente executado pelos carrascos do Kidon e seus lendários Katsa à margem da perfeição.
Ora, não há como condená-los em minha opinião. Se eu tivesse um vizinho instável, tendente ao fundamentalismo islâmico e que não gostasse de mim eu também não gostaria que ele se armasse.
http://www.i24news.tv/en/news/israel/diplomacy-defense/86764-150924-israel-s-mossad-celebrates-65th-anniversary
http://sputniknews.com/politics/20150924/1027485981/iran-nsa-mossad-spying-un-general-assembly.html
http://www.tasnimnews.com/english/Home/Single/868821
http://soldadodosilencio.blogspot.com/2015/09/2007-assembleia-geral-da-onu-como-nsa.html
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