O efervescente cenário em estudo da América Latina é a Venezuela: polêmicas em todos os campos... tenho tratado sistematicamente do assunto neste blog. Vamos pontuar algumas atualizações e tópicos não tratados anteriormente.
A agência EBC aporta informação da ONU de que pelo menos 21.294 colombianos deixaram a Venezuela em regresso a Colômbia desde o início da crise fronteiriça. Destes, 1.608 foram deportados pelo governo de Maduro, mormente acusados de serem "bacacheros", um termo que se refere a prática de contrabando/descaminho.
O Bureau of Diplomatic Security que integra o departamento de estado norte americano prolatou novo alerta de viagens para Venezuela em 18/09/2015. Embora não cite diretamente a cadeia de eventos que ocorre na fronteira com a Colômbia, a informação aos possíveis visitantes sobre os crescentes riscos de segurança é clara no destaque a potencial violência a qualquer hora e lugar na Venezuela.
O cenário realmente está longe de ser pacífico. A fronteira com a Colômbia não é a única que permanece em tensão: a recente descoberta de relevantes jazidas de petróleo em área fronteiriça disputada entre a Venezuela e a Guiana também eleva alertas internacionais, conforme o Miami Herald.
O governo de Georgetown prevê levar a disputa territorial a ONU, que já designou missão para analisar os fatos. O tema gerou desconforto a Maduro em recentes tratativas entre a Venezuela/Brasil/Guiana: para o embaixador brasileiro junto a Guiana, não há o que se discutir; Maduro teria se retirado de um encontro entre Granger e Dilma na qual não lhe foi concedido intervir. O diário "putinizado" da mãe Rússia, Sputnik, também destaca a escalada das tensões em relação a região de Essequibo.
O El País destacou várias manifestações contra o governo de Maduro foram reportadas após a condenação do opositor Leopoldo López, e analistas consideram que a polarização das forças políticas cresce após a setença exarada que culminou em 13 anos e 9 meses de prisão.
As múltiplas possíveis evoluções do cenário na Venezuela dependem muito da manutenção ou não do fatídico populismo chavista e o seu típico caráter impulsivo/agressivo. Permanecerá no âmbito das bravatas em incansáveis discursos de Maduro? Poderá romper em guerra com a Colômbia, ou à anexação militar de Essequibo em desfavor da Guiana. Potencialmente exsurgirá a guerra civil. Quiçá intervenção da ONU, ou uma combinação nefasta de todas estas hipóteses.
Devastado socialmente e a beira da desnutrição, o povo venezuelano é a maior vítima dos fatos. Resta saber se passará ao protagonismo de reescrever sua história ou permanecerá sob o jugo de conversas com passarinhos e adaptações do "Pai Nosso" para "Chávez Nosso".
Fontes:
http://soldadodosilencio.blogspot.com.br/2015/09/ate-onde-vai-venezuela.html
http://www.ebc.com.br/noticias/internacional/2015/09/onu-diz-que-mais-de-19-mil-colombianos-deixaram-venezuela
https://www.osac.gov/pages/ContentReportDetails.aspx?cid=18244
http://www.miamiherald.com/news/nation-world/world/americas/article35766324.html
http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/guiana-denunciara-venezuela-por-propaganda-de-soberania
http://br.sputniknews.com/opiniao/20150918/2168337.html
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/embaixador-do-brasil-apoia-guiana-em-disputa-com-a-venezuela
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/09/11/internacional/1442003844_055979.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário